“A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?” por Bruce Anstey

Em que acreditam os Teologos do Pacto?

É meio difícil definir exatamente o que todos os teólogos do Pacto sustentam doutrinariamente porque existem algumas variações entre eles. O que vem a seguir é uma declaração genérica do que eles acreditam:

Os santos do Antigo Testamento, os cristãos e os santos do futuro milênio seriam todos um único povo de Deus, e estariam igualmente abençoados sobre uma mesma base sem distinção, e todos eles seriam a noiva e esposa de Cristo. Os teólogos do Pacto não creem que existirá uma companhia celestial de santos glorificados e abençoados, distinta daqueles abençoados por Deus na terra durante o reino de Cristo. Ao invés disso, todos os de todas as eras que têm fé seriam reunidos em um único povo, e este iria herdar a terra e viver nela juntos durante o Estado Eterno. Todas essas pessoas abençoadas são consideradas como a Igreja. Portanto a Igreja (na ideia deles) é algo que teria começado lá atrás no Antigo Testamento. E a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Atos 2) teria sido meramente um reavivamento ocorrido dentro da Igreja.

No que concerne ao reino de Cristo, alguns teólogos do Pacto são Amilenistas (ou Amilenialistas) e outros Pós-milenistas ou (Pós-milenialistas). Ambos acreditam que estaríamos vivendo agora mesmo no tempo do reino público de Cristo, isto é, naquilo que os dispensacionalistas chamam de “Milênio”. Os Amilenistas ensinam que não haverá um reino literal de Cristo! Ao invés disso eles creem que o reino só existe como algo místico ou espiritual no qual estaríamos vivendo agora. Para eles os eventos proféticos registrados no livro de Apocalipse já teriam acontecido ou estariam acontecendo nos dias de hoje, porém de uma maneira espiritual. Eles creem que o Senhor não irá voltar à terra no sentido literal (o Arrebatamento), mas que Sua vinda seria algo espiritual que ocorre quando o crente morre. No momento da morte o Senhor viria (em espírito) e levaria a alma do crente para o céu. Portanto, a vinda do Senhor já teria acontecido milhares de vezes e continuaria a acontecer sempre que um crente morresse!

Os Pós-milenistas, por sua vez, acreditam que o Senhor voltará literalmente, mas que isso não é algo iminente. Isso só aconteceria após os cristãos terem evangelizado suficientemente e convertido o mundo a Cristo. Portanto, eles acreditam que o mundo será endireitado pela influência do evangelho, ao invés do juízo, como ensinam as Escrituras (Is 26:9), e que isso iria então se transformar no reino de Cristo. Além disso, acreditam que a Igreja já teria passado pela Grande Tribulação, a qual eles creem ter ocorrido na época da destruição de Jerusalém por Tito e pelos romanos no ano 70 da era cristã. Portanto, a Grande Tribulação não iria acontecer no futuro. Eles ensinam que quando Senhor vier, tanto o Arrebatamento quanto a Manifestação irão acontecer ao mesmo tempo. O Senhor iria ressuscitar os mortos — justos e injustos ao mesmo tempo — levando os justos (com os santos vivos) entre nuvens para se encontrarem com o Senhor nos ares. Ele então os traria diretamente de volta à terra e estariam com o Senhor enquanto Ele julgasse os ímpios que Ele teria também ressuscitado nessa ocasião. Os teólogos do Pacto não percebem que haverá uma seção celestial no reino para os santos glorificados quando Cristo reinar publicamente (Dn 7:18, 22, 27; Mt 13:43).

No que diz respeito ao atual chamado do evangelho, a Teologia do Pacto confunde o Evangelho da Graça de Deus com o Evangelho do Reino. A consequência é o erro de “reinalizar” a Igreja. A Igreja e o reino são vistos como uma coisa só, e consequentemente, Cristo é chamado de Rei da Igreja e dizem que Ele irá reinar sobre ela. Por considerarem Israel como sendo a Igreja no Antigo Testamento, e a Igreja como o Israel no Novo Testamento, eles acreditam que os cristãos deveriam guardar a Lei. Por isso transmutam falsamente o Sábado para o Dia do Senhor, e insistem que os cristãos devem “observar” e “guardar” o Dia do Senhor como se fosse o Sábado. Como consequência disso, também não veem nenhum problema em adotar métodos e princípios judaicos de adoração que Israel usava nos tempos do Antigo Testamento.

A Teologia do Pacto ensina também que as promessas para Abraão se cumpriram hoje na Igreja, e que a “nova aliança” ou “novo pacto” que o Senhor prometeu fazer com Israel teria sido feita com a Igreja, pois em seu modo de pensar a Igreja seria o Israel espiritual (Jr 31:31-34).

Quando você dá um passo para trás e observa isso como um todo, pode até perguntar: “Quem é que iria acreditar numa coisa assim?”. A resposta é vista na figura, ou seja, a maior parte das organizações eclesiásticas cristãs atuais professa essa teologia como parte de sua declaração denominacional de fé!

A Figura indica que a maior parte da cristandade adota uma interpretação pactualista e não dispensacionalista da Bíblia

O principal erro, do qual deriva boa parte dos erros colaterais da Teologia do Pacto, está em não enxergar a verdadeira natureza da Igreja, sua vocação e esperança como sendo uma companhia especial de crentes que pertencem ao céu e que possuem um lugar favorecido em relação a Cristo como seu corpo e noiva. A Teologia do Pacto possui, por assim dizer, uma espécie de fôrma na qual ela derrama os santos de todas as épocas e faz deles todos o povo de Deus chamando-os de Igreja. Essa teologia não distingue “as coisas excelentes” (Fp 1:10 — ou “coisas que diferem” na Young's Literal Translation) nas tratativas de Deus para com os homens, e por isso falham em enxergar que existem  diferentes categorias em “toda família” de Deus — alguns estando nos “céus” e outros na “terra” (Ef 3:15). Portanto, os teólogos do Pacto tentam fazer a Igreja a continuadora espiritual de Israel. Em seu pensamento as bênçãos prometidas a Israel estão sendo cumpridas na Igreja de uma maneira espiritual, e por isso não se cumprirão no sentido literal para Israel. Essas noções deixam os que seguem a Teologia do Pacto em uma grande dificuldade quando interpretam as Escrituras, pois muitas das coisas que foram prometidas a Israel no Antigo Testamento não fazem sentido se interpretadas alegoricamente.

Desnecessário é dizer que esse sistema errôneo de interpretação se opõe a todo o conceito da interposição da vocação celestial da Igreja como sendo algo intercalado (como um parêntese) nas tratativas de Deus para com a nação de Israel.



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