INTRODUÇÃO
Teologia do Pacto ou Dispensações
Qual a maneira correta de se interpretar as Escrituras?
Quando
o assunto são os princípios básicos de interpretação das Escrituras, o mundo
cristão está dividido em duas principais correntes. Independente de estarem ou
não cientes disso, conforme a posição que adotam, em relação a Israel e à
Igreja e aos santos do reino milenial, no propósito de Deus para a bênção
futura do homem no reino de Cristo, os cristãos são identificados por seguirem ou
a “Verdade Dispensacional” ou a “Teologia do Pacto”.
É
triste ter de admitir que desde o seu princípio a Igreja fracassou em guardar “o bom depósito” ou a verdade que lhe
foi confiada (2 Tm 1:14). Uma das muitas coisas que foram perdidas ao longo dos
anos foi a verdade dispensacional. Ela foi ensinada pelo apóstolo Paulo,
todavia de algum modo acabou incompreendida e perdida nos primeiros séculos da
história da Igreja. Com a perda dessa verdade foram introduzidos muitos erros
na profissão cristã. Um destes erros é a Teologia do Pacto. Trata-se da crença
de que a Igreja seria um cumprimento das profecias do Antigo Testamento concernentes
a Israel. Este erro foi inicialmente ensinado por homens como Agostinho (400 D.
C.). Mais tarde, por ocasião da Reforma Protestante (nos anos 1500), ele foi
transformado em um sistema de doutrina conhecido hoje como “Teologia do Pacto”
ou “Teologia Reformada”. Infelizmente há muito tempo a Teologia do Pacto é aceita
como o método ortodoxo de interpretação da Bíblia pela grande maioria da
profissão cristã. Quer sejam os católicos ortodoxos ou romanos, ou os
reformadores protestantes com suas igrejas nacionais, ou as muitas denominações
dissidentes que saíram desses grupos, a maioria — senão todos — aceitou esta
interpretação errônea do propósito de Deus em abençoar os homens sob o reino de
Cristo. Foi somente nos anos 1800 que Deus efetuou uma restauração completa da
verdade “que uma vez por todas foi
entregue aos santos” (Jd 3) e a verdade dispensacional voltou a ser
conhecida.
A Figura indica que a maior parte da cristandade adota uma interpretação pactualista e não dispensacionalista da Bíblia |
Cremos
que todos os cristãos precisam ter uma compreensão básica da verdade
dispensacional. Sem isto ficaremos à deriva na profissão cristã de nossos dias.
As consequências de não se enxergar a distinção entre o modo de Deus tratar com
Israel e com a Igreja são significativas, no que diz respeito ao reino milenar
de Cristo que se aproxima. Isso leva a muitos erros, desde uma escatologia
incorreta (estudo dos eventos futuros) até uma eclesiologia incorreta (estudo
da doutrina e prática da Igreja). Isto influencia também os objetivos das
pessoas envolvidas no serviço cristão.
Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.