“A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?” por Bruce Anstey

2 CORINTIOS 3:6

2 CORINTIOS 3:6 — “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.”

Considerando que o apóstolo Paulo declara que ele e seus colaboradores eram “ministros de um novo testamento” ou “aliança”, os seguidores da Teologia do Pacto dizem que isso prova que a Nova Aliança foi feita com a Igreja. Paulo era um cristão vivendo em tempos cristãos e ministrando a cristãos as coisas da Nova Aliança. Na mente dos seguidores da Teologia do Pacto nada poderia ser mais conclusivo.

Os teólogos do Pacto, porém, não perceberam que a mesma passagem na qual Paulo diz “ministros de um novo testamento” ele qualifica essa declaração acrescentando “não da letra, mas do espírito”. Isto é significativo. A “letra” da Nova Aliança será realizada com Israel. Ela se refere ao cumprimento literal de suas condições em um dia futuro quando um remanescente será salvo e introduzido no reino. O “espírito” da Nova Aliança, por outro lado, se refere ao princípio da graça sobre a qual as bênçãos da aliança são dadas aos crentes. O “espírito” da aliança pode ser aplicado a todos os que são ou serão abençoados por Deus em graça — inclusive a Igreja. Paulo ministrava o “espírito” da Nova Aliança entre cristãos ao ensiná-los que as bênçãos espirituais da aliança pertenciam a eles por graça, sem que eles estivessem formalmente incluídos nelas. As três grandes bênçãos espirituais da Nova Aliança são:

  • A posse da vida divina (Hb 8:10).
  • Um relacionamento consciente com o Senhor (Hb 8:11).
  • O conhecimento de que os pecados estão perdoados (Hb 8:12).
Estas bênçãos da Nova Aliança não são exclusivamente para o Israel redimido; cristãos e gentios convertidos também desfrutarão delas durante o Milênio. Nas epístolas aos Romanos, Colossenses e Efésios o apóstolo Paulo desvenda nossas bênçãos distintas como cristãos — o escopo dessas bênçãos é muito mais elevado em caráter e substância. Essas coisas são exclusivamente cristãs, e são ditas como estando “em Cristo” — o Salvador ressuscitado assentado à destra de Deus — e são feitas nossas pela habitação do Espírito Santo (Rm 3:24; Ef 4:32; Gl 2:16-17; 2 Co 1:21-22; Ef 2:13; 1 Co 1:2; Rm 6:23; Rm 8:1-2; Gl 3:26; Ef 1:10-11; Gl 6:15; Rm 12:5). (Isso foi mencionado no capítulo dois). Os cristãos compartilham das bênçãos da Nova Aliança com toda a família e Deus, sem estarem formalmente sob a Nova Aliança. Eles são nascidos de novo (1 Pe 1:23; 1 Jo 5:1); eles estão em um relacionamento consciente com Deus, sendo filhos em Sua família (Jo 1:12; 1 Jo 3:1) e conhecem o perdão de pecados (At 13:38; 1 Jo 2:12).

Em 2 Coríntios 3:6 Paulo acrescenta: “a letra mata”. Se ele (ou nós) aplicasse a Nova Aliança conforme a letra, ela destruiria o caráter celestial da vocação cristã e a distinção entre Israel e a Igreja. Portanto, o evangelho pregado no cristianismo, não é a Nova Aliança, mas é conforme a ordem da Nova Aliança, que é graça.

Romanos 9:3-4 declara nitidamente a quem “as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas” pertencem — a Israel, não à Igreja. Caso alguém tenha entendido errado a quem Paulo estava se referindo, ele qualifica sua observação dizendo “meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; que são israelitas”. Ao dizer “segundo a carne” ele os identifica como descendentes naturais de Abraão. Repare isto cuidadosamente: a epístola aos Romanos foi escrita cerca de 30 anos depois da formação da Igreja, todavia Paulo declara que a aliança e as promessas, etc., ainda pertenciam a Israel segundo a carne — elas não tinham sido transferidas para a Igreja. Se tal coisa tivesse ocorrido, Paulo teria mencionado aqui. Ninguém de sã consciência poderia deduzir disso que Paulo estaria se referindo aos fictícios “israelitas espirituais” que seriam os cristãos que os teólogos do Pacto inventaram.

Além disso, a vocação celestial da Igreja deveria mostrar que as Alianças não se aplicam a ela. As Alianças têm a ver com aterra e com um povo terreno; a Igreja é algo celestial que pertence ao céu.




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