Deus prometeu
fazer uma “nova aliança” ou concerto
com Israel sobre o princípio da graça, da qual os gentios poderiam se
beneficiar e ser abençoados (Jr 31:31-34; Is 56:1-7). Os teólogos do Pacto nos
dizem que essa aliança foi inaugurada pelo Senhor na Última Ceia (Mt 26:28), e
que tem sido feita hoje com todos aqueles que Ele redime com Seu “sangue”. Considerando que os cristãos
são redimidos com o sangue de Cristo (1 Pe 1:18; 1 Jo 1:7; Ap 1:5), eles
concluem que a Nova Aliança, Pacto ou Concerto foi feito com os cristãos, isto
é, com a Igreja. Além disso, já que o apóstolo Paulo afirma que ele e seus
colaboradores eram “ministros de um novo
testamento” (2 Co 3:6), isso confirmaria (na ideia deles) que a Nova
Aliança realmente teria sido feita com a Igreja. Vamos examinar mais de perto
estes versículos.
MATEUS 26:28
— “Porque isto é o meu sangue; o sangue do novo testamento (ou nova aliança),
que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.”
Não há qualquer
menção aqui de que o Senhor tendo inaugurado a Nova Aliança nessa ocasião. Tampouco
Paulo mencionou qualquer coisa sobre ela estar sendo inaugurada quando ele
citou as palavras do Senhor em 1 Coríntios 11:24-25. E nem o Senhor disse que a
aliança estaria sendo feita com todos os que Ele iria redimir com Seu sangue.
Trata-se de um caso evidente de inferir coisas no texto que simplesmente não
estão ali. Tais suposições são um exemplo de como os teólogos do Pacto
constroem premissas falsas e, a partir delas, tiram conclusões equivocadas.
O Senhor não
estava falando de fazer a Nova Aliança
naquela ocasião, mas sim de derramar Seu “sangue”
de modo que a aliança pudesse ser feita em algum momento no futuro, sem que Ele
especificasse quando. Ao beberem do cálice em recordação na festa que o Senhor
estava instituindo, Ele queria que os discípulos se lembrassem do custo da
redenção deles — que é representado pelo sangue. Seria válido perguntar: “Então
por que razão o Senhor mencionou a Nova Aliança naquele momento?”. Porque a
Ceia foi originalmente estabelecida como uma festa de recordação para Seus
discípulos judeus que estavam aguardando pelo estabelecimento do reino na
terra. Para isso era preciso que fosse feita uma Nova Aliança. As bênçãos do
reino, prometidas no Antigo Testamento, seriam cumpridas para Israel como
consequência de sua restauração ao Senhor e da celebração de uma Nova Aliança
com eles. Ao mencionar “o sangue do novo
testamento (ou aliança)” o Senhor estava prometendo que a aliança seria
feita, mas sem especificar quando. Se o fundamento para a aliança ou pacto
tinha sido estabelecido no derramar de Seu sangue, os discípulos podiam
descansar assegurados de que essa aliança seria feita em algum momento. Isso
dava aos discípulos uma esperança certeira.
Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.