Respondendo ao
clamor do homem, o Senhor levantou-Se e foi ao encontro da menina (vers. 19).
Enquanto o Senhor caminhava em direção à casa onde jazia a menina, Ele foi abordado
por “uma mulher que havia já doze anos
padecia de um fluxo de sangue”. De acordo com a lei cerimonial sua
enfermidade a tornava impura e, portanto, desqualificada para se aproximar de
Deus no templo. Sua doença é uma figura dos gentios em sua condição natural, os
quais estão desqualificados para a presença de Deus por causa da impureza do
pecado. A mulher demonstrou ter uma fé simples no Senhor e “tocou a orla de sua roupa”, sendo assim “curada”. Sua cura é uma figura dos gentios no atual Dia da Graça
que estão sendo abençoados sobre o princípio da fé. Este evento, intercalado na
narrativa que fala da ressurreição da filha de Jairo, é uma figura do chamado
celestial da Igreja que é uma inserção que tem por objetivo chamar um povo principalmente
dentre os gentios (At 15:14).
Os versículos
23-26 retomam a narrativa sobre a filha de Jairo. Isto aponta para a retomada
das tratativas do Senhor para com Israel no futuro. Quando o Senhor chegou à
casa de Jairo o estado era de confusão, “vendo
os instrumentistas, e o povo em alvoroço”. Isto ilustra o estado de coisas
existente na terra de Israel quando o Senhor retornar para voltar a tratar com
o povo por ocasião de Sua segunda vinda -- a Manifestação. O Anticristo terá
feito o seu trabalho maligno e o povo ali estará imerso em imensas trevas e muita
confusão (Is 8:19-22; Mt 24:29). Apesar de todo o “alvoroço” que havia na casa de Jairo, alguns ali “choravam muito e pranteavam” (Mc 5:38).
Isto aponta figurativamente para o pranto de arrependimento do remanescente de
judeus (Zc 12:9-14).
Na casa de Jairo
havia também os que não acreditavam que o Senhor pudesse fazer qualquer coisa
pela menina morta, e em sua incredulidade eles “riam-se dele” (vers. 24). Essas pessoas são uma figura dos judeus
apóstatas na terra, que estarão cheios de incredulidade e por isso serão
excluídos do reino -- do mesmo modo como estes aqui foram postos fora da casa.
O Senhor então tomou a mão da menina e a ressuscitou de sua condição de morte.
Esta é uma figura da ressurreição nacional de Israel (Is 26:19; Ez 37:1-14; Dn
12:2-3).
A partir daí “espalhou-se aquela notícia por todo aquele
país”. Isto aponta para a glória milenial do Senhor que será espalhada por
toda a terra em um dia ainda futuro (Is 11:9; Hc 2:14). A dupla enfermidade da
nação, como “cega” (Sl 69:23; Is
6:9-10, Jo 12:37-41) e “surda” (Is
42:19) será curada pelo Senhor naquele dia. Isto é ilustrado pelo fato de o
Senhor abrir os olhos dos dois cegos que o reconheciam como o “Filho de Davi” -- outra referência a
Ele como Rei de Israel. A cura do homem mudo atende à necessidade da nação de ser
capaz de falar e louvar a Deus (vers. 27-31). Estas duas coisas caracterizam a
nação por ocasião de sua restauração. Eles verão a Cristo como seu Messias e
Rei, e verdadeiramente louvarão a Deus por Sua maravilhosa providência em graça
para com eles (Is 29:18). A cena se encerra com uma figura milenial da verdade
do reino sendo ensinada (Is 2:3; Mq 4:2) e com o Senhor Jesus “curando todas as enfermidades e moléstias
entre o povo” (vers. 35-36).
Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.