A história
começa com Sara dando à luz a Isaque “ao
tempo determinado” (Gn 21:1-3). Isto nos fala da vinda de Cristo “vindo a plenitude dos tempos” (Gl 4:4).
A reação a esse grande evento teve um duplo aspecto:
- Regozijo da parte dos da casa de Abraão que apreciaram a chegada de seu filho (Gn 21:6-8).
- Zombaria da parte do filho de Agar que não gostou da chegada do filho de Abraão (Gn 21:9).
Isto nos fala da
grande divisão que ficou evidente entre os judeus quando Cristo veio e Se
manifestou como seu Messias; um remanescente de judeus O recebeu, mas a maioria
O rejeitou (João 7:40-44; 9:16; 10:19-21).
Como
consequência da zombaria contra Isaque, Sara, agindo com o discernimento da
mente de Deus, disse a Abraão: “Ponha
fora esta serva e o seu filho” (Gn 21:10). Isto nos fala da necessidade de
o incrédulo Israel ser colocado de lado. “E
pareceu esta palavra muito má aos olhos de Abraão”, mostrando assim que
Deus não tinha prazer em colocar Israel de lado (Gn 21:11). Todavia, era assim
que devia ser. Por conseguinte, Abraão levantou-se cedo e deu a Agar e seu
filho uma provisão de pão e água, “e
despediu-a” (Gn 21:12-14). Isto nos fala em figura do que aconteceu a
Israel. Eles tinham sido removidos de sua terra e espalhados entre as nações. O
“odre de água” iria significar a
porção limitada da Palavra de Deus concedida a Israel — as Escrituras do Antigo
Testamento. (Na Bíblia, a água potável é uma figura da Palavra de Deus — Ef
5:26).
As ações de Agar
no deserto nos falam, em figura, da parte que cabe aos judeus nos dias de hoje.
A “água” da Palavra foi “consumida” — no que tange a uma
aplicação literal disso ao sistema terreno do judaísmo. As ofertas, rituais e
cerimônias determinadas por Moisés já não têm relevância. O “menino”, lançado “debaixo de uma das árvores”, nos fala da nação em sua diáspora,
quando foi espalhada para fora da vista, havendo perdido sua independência
nacional na terra de Canaã (Gn 21:15). Então Agar foi e sentou-se e chorou, mas
em seu triste apuro não há qualquer menção de ela ter se voltado para Deus.
Assim é a condição atual dos judeus espalhados.
O que aconteceu
em seguida a Agar e seu filho mostra que Deus ainda não desistiu da nação de
Israel (Gn 21:17-21). Isto representa o que Ele irá fazer com um remanescente
dessa nação em um dia futuro. A “voz do
menino” foi ouvida por Deus. Isto nos fala do clamor do remanescente no
futuro período da Tribulação (Sl 6, etc.). O menino não estava morto como Agar
imaginava, e do mesmo modo haverá vida em um remanescente da nação. Além do mais,
Deus falou a Agar e “abriu-lhe Deus os
olhos”. Ela recebeu a promessa de que o menino se tornaria uma “grande nação” no futuro. Uma esposa
seria tirada do Egito para ele, o que nos fala das nações gentias convertidas
se relacionando com o Israel restaurado num tempo vindouro (Sl 57:9; Is 14:1;
19:24-25; Zc 2:11; 8:22-23).
Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.