“A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?” por Bruce Anstey

JOÃO 9

JOÃO 9

Este capítulo ilustra uma progressão de luz que ocorre em todo crente que vem das trevas relativas do Judaísmo para a superioridade da luz do Cristianismo. João registrou esta transição em sua epístola dizendo: “Vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina” (1 Jo 2:8).
O Senhor anunciou que Ele era “a Luz do mundo” (Jo 9:5), mas as trevas espirituais que prevaleciam sobre o povo eram tais que não podiam ver a Luz. A enfermidade do homem deste capítulo, o qual era “cego de nascença”, ilustra isto. O que o Senhor fez por ele mostra a obra de Deus nas almas que as capacita a enxergar a Cristo pelo que Ele é. Ao ver a Cristo como o Filho de Deus aquele homem já não necessitava do modo judaico de aproximar-se de Deus, e demonstrou isso adorando o Senhor fora do templo, isto é, fora do “arraial” (Jo 9:38; Hb 13:13).
Para que tudo isso ocorresse o Senhor cuspiu na terra e fez “barro”, o que significava a grande verdade de Sua encarnação (Jo 9:6). A saliva que saiu do próprio Senhor, que é Deus, e foi misturada com “o pó da terra”, que nos fala de humanidade (Gn 2:7; 3:19), aponta para o Filho de Deus tornando-se Homem. A aplicação da saliva nos olhos do cego nos fala do poder vivificador de Deus em conceder a vida por meio da qual é ativada a faculdade espiritual para se compreender as coisas divinas (Pv 20:16; At 26:18; Ef 4:17-18). O lavar no “tanque de Siloé (que significa o Enviado)” nos fala de um crente que chega ao entendimento de que o Senhor Jesus é o Enviado do Pai (Jo 9:7). Esta é uma revelação tipicamente cristã.

Após seus olhos terem sido abertos ocorreu no homem que havia nascido cego uma progressão de luz e entendimento — ele passou do mendigar (Jo 9:8) ao adorar (Jo 9:38). Sua experiência ilustra o processo pelo qual passam os fiéis do antigo sistema legalista ao chegarem ao conhecimento e à liberdade devida ao cristão. Inicialmente tudo o que ele sabia do Senhor era que Ele era “o homem chamado Jesus”, mas ele não sabia quem era aquele Homem ou de onde Ele tinha vindo (Jo 9:11). Depois, ao ser questionado, ele respondeu: “[Ele] é Profeta” (Jo 9:17). Em seguida o homem viu o Senhor como Alguém digno de ter “discípulos” (Jo 9:27-28) e mais tarde disse aos judeus que o Senhor Jesus era um Homem “de Deus” (Jo 9:33). Finalmente ele viu o Senhor como o “Filho de Deus”, o que ele realmente era (Jo 9:35-38). Assim vemos na experiência deste homem uma maravilhosa transição das trevas para a luz. Nesse processo o homem sofreu perseguição dos judeus. Isto demonstra que aqueles que caminham na luz da nova dispensação serão perseguidos pelos que andam de acordo com a ordem da velha dispensação (At 13:50; 14:19; 17:5; 1 Ts 2:14-16; Ap 3:9).



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