Privilégios Distintos da Igreja
Com
base nestas grandes bênçãos, a Igreja recebeu privilégios muito maiores que os recebidos
pelos santos de outras épocas. Damos a seguir apenas três exemplos destes
privilégios.
Acesso ao “Santuário” (Hb 4:14-16; 10:19-22). Os cristãos, por
formarem um grupo de sacerdotes
celestiais (1 Pe 2:5; Ap 1:6), têm acesso à própria presença de Deus — no mais
santo lugar, no santuário celestial (Hb 8:1-5; 9:11). Este é um privilégio que
nenhum dos filhos de Aarão teve no Judaísmo. O sumo sacerdote do sistema
judaico podia entrar no santo lugar do santuário terrestre “uma vez no ano, não sem sangue”, o qual ele espargia sobre o propiciatório
(Hb 9:7). Isto demonstrava que “o caminho
do santuário”, tal qual o temos no Cristianismo, ainda “não estava descoberto enquanto se conservava em pé o primeiro
tabernáculo” naquela época (Hb 9:8). O sumo sacerdote só entrava ali uma
vez por ano, mas nós entramos no lugar celestial com nossas orações e louvor em
qualquer tempo. Além disso, o sumo sacerdote entrava no santo dos santos em
tremor e temor, mas nós podemos entrar com santa “ousadia” e “em inteira
certeza de fé” (Hb 10:19, 22). Todas as outras pessoas naquele sistema
judaico adoravam a Deus de longe, fora do véu, por meio de um sistema de
ordenanças envolto em muito ritual. Os cristãos, como um todo, podem se dirigir
a Deus com intimidade e entendimento — o que é indicado pelo clamor, “Aba, Pai” (Rm 8:15; Gl 4:6). “Aba” indica intimidade e “Pai” entendimento.
Discernimento dos
propósitos de Deus (Ef
1:8-10). Por serem filhos de Deus, os
cristãos foram informados dos segredos do coração de Deus que ficaram
escondidos dos santos das épocas passadas (Rm 16:25; Ef 3:2-5; Cl 1:25-27). A
intenção de Deus foi que esta privilegiada companhia de filhos (a Igreja)
ficasse ciente do Seu propósito eterno. Portanto, foi do agrado do Pai
desvendar a nós a verdade do “grande
mistério” (Ef 1:4-8; 5:32) que Ele “derramou
sobre nós com toda a sabedoria e entendimento” (Ef 1:8 NVI).
Consequentemente nos foi dado saber o que Ele está fazendo no mundo agora,
tendo em vista o mundo vindouro — o Milênio. Ele deu à Igreja um discernimento
especial quanto ao Seu plano de exibir publicamente a glória do Seu Filho
naquele futuro dia milenial. Assim a Igreja se tornou depositária do conselho
de Deus a respeito de Seu propósito para o futuro.
Este
é um tremendo privilégio que os santos do Antigo Testamento não tinham, pois
até agora (o Dia da Graça) ele era um “mistério
[segredo] que desde tempos eternos esteve oculto” (Rm 16:25). É triste precisarmos
admitir que, devido ao estado de ruína no testemunho cristão, e mesmo tendo
estas coisas sido reveladas nas Escrituras à Igreja, muitos cristãos não
conhecem estas revelações tão maravilhosas!
Reinar publicamente com
Cristo (Lc 22:29; 2 Tm
2:12; Ap 22:5 — “e reinarão para todo o
sempre”). Como reis (Ap 1:6), os
cristãos têm a perspectiva de reinarem com Cristo no reino milenial. Os santos
do Antigo Testamento serão glorificados juntamente com todos os santos
celestiais naquele dia (Hb 11:40). Eles estão designados para serem amigos do
Noivo (Jo 3:29), mas não tomarão parte na administração do mundo vindouro; eles
não reinarão com Cristo. Este é um privilégio muito especial dado apenas à
Igreja (Ap 21:9-22:5).
Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.