“A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?” por Bruce Anstey

ISAÍAS 50:11

ISAÍAS 50:11

“Eis que todos vós, que acendeis fogo, e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão, e em tormentos jazereis.” Isaías 50:11
Esta passagem é um registro da rejeição e do cruel tratamento dado a Cristo, o Messias, quando Ele veio em Seu primeiro advento. Isaías 50:10 faz referência à bênção que o remanescente de crentes dentre os judeus teria por causa de sua fé em recebê-Lo como o Messias. Isaías 50:11 nos dá uma triste imagem da porção daqueles que O rejeitaram. Eles seriam privados da luz e direção divinas, e caminhariam à luz de suas próprias “faíscas”, as quais não dariam quase nenhuma luz, e “em tormentos jazereis”. Mais uma vez, esta tem sido a porção da grande massa de judeus por mais de dois mil anos.

Resumo da Diáspora dos Judeus

  •         Salmo 69:22-25 — Eles seriam cegados administrativamente por conta de sua incredulidade.
  •         Daniel 9:26 — Jerusalém e o Templo seriam destruídos.
  •         Oséias 3:4 — Eles ficariam privados de sua soberania nacional, sacerdócio e sacrifícios.
  •         Salmo 44:11-12 — Eles seriam espalhados entre as nações.
  •         Salmo 44:13-14 — Eles seriam odiados e escorraçados onde quer que fossem.
  •         Gênesis 49:13-15 — Espalhados entre os gentios eles tirariam vantagem de suas habilidades comerciais e se envolveriam no comércio.
  •         Isaías 50:11 — Eles seriam privados de luz espiritual para suas vidas e viveriam em muita tribulação e tristeza.





GÊNESIS 49:13-15

GÊNESIS 49:13-15

“Zebulom habitará no porto dos mares, e será como porto dos navios, e o seu termo será para Sidom. Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. E viu ele que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo.” Gênesis 49:13:15
Como já foi mencionado, Zebulom e Issacar, em forma de tipo, representam os judeus em nossos dias como tendo sido colocados de lado nos desígnios de Deus. Zebulom indica que eles seriam dispersos entre as nações e deste modo ficariam imersos no comércio com os gentios. Isto está inferido no que Jacó diz de Zebulom, de que ele “habitará no porto dos mares”. O “mar” nas Escrituras nos fala dos gentios (Ap 17:15). Além disso, Zebulom seria também “como porto dos navios”. Isto é uma referência aos judeus negociando com os navios dos mercadores gentios que iriam até eles para vender seus produtos.

Issacar indica que durante sua diáspora os judeus iriam aceitar sua sujeição aos gentios e transformá-la numa oportunidade de juntar riqueza. Isto é visto na afirmação de que seria “jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos”. Em uma posição de tal degradação “viu ele que o descanso era bom”, aproveitando ao máximo como pôde, e assim “serviu debaixo de tributo”. Os judeus dispersos, ao longo dos anos, se tornaram famosos por seus empreendimentos comerciais.



SALMO 44:13-14

SALMO 44:13-14

“Tu nos pões por opróbrio aos nossos vizinhos, por escárnio e zombaria daqueles que estão à roda de nós. Tu nos pões por provérbio entre os gentios, por movimento de cabeça entre os povos.” Salmo 44:13-14

Confissão do remanescente em um dia vindouro que também incluirá um reconhecimento de que eles terão pago o preço por terem pecado, se tornando assim “por escárnio e zombaria” entre as nações e um “opróbrio” e “provérbio”. Esta certamente tem sido a porção dos judeus dispersos; aonde quer que vão eles são desprezados e zombados.


SALMO 44:11-12

SALMO 44:11-12

“Tu nos entregaste como ovelhas para comer, e nos espalhaste entre os gentios. Tu vendes por nada o teu povo, e não aumentas a tua riqueza com o seu preço.” Salmo 44:11-12

Esta é parte da confissão do remanescente de judeus que nos últimos dias irá eventualmente correr para o Senhor em fé. Eles reconhecem que sua dispersão foi um juízo de Deus por sua infidelidade.



OSÉIAS 3:4

OSÉIAS 3:4

“Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafim.” Oséias 3:4

Isto indica que eles ficariam sem sua soberania nacional (“sem rei, e sem príncipe”), sem as oferendas (“sem sacrifício”), sem idolatria (“sem estátua... ou terafim”), e sem um sacerdócio funcionando (“sem éfode”). A história dos judeus nos últimos dois mil anos atesta para estes fatos.



DANIEL 9:26

DANIEL 9:26

“...e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.” Daniel 9:26

Isto está se referindo àquilo que aconteceria à cidade de Jerusalém, ao Templo e ao povo, depois que a nação tivesse rejeitado a Cristo, o Messias. As “assolações” da cidade de Jerusalém continuariam “até ao fim”. Assim, a cidade de Jerusalém se tornaria o centro de muitas guerras e disputas políticas. A história nos últimos dois mil anos atesta este fato. W. Scott registra que ao longo dos anos isto é exatamente o que tem acontecido. Jerusalém já foi sitiada 33 ou 34 vezes!


A Diáspora - SALMO 69:22-25

A Diáspora

Se juntássemos as diferentes coisas que as Escrituras dizem que iriam caracterizar Israel em sua dispersão, obteríamos uma imagem composta e exata daquilo que aconteceu à nação durante os últimos dois mil anos. As passagens a seguir indicam essas coisas:

SALMO 69:22-25

“Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em laço, e a prosperidade em armadilha. Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente. Derrama sobre eles a tua indignação, e prenda-os o ardor da tua ira. Fique desolado o seu palácio; e não haja quem habite nas suas tendas. Pois perseguem àquele a quem feriste, e conversam sobre a dor daqueles a quem chagaste. Acrescenta iniquidade à iniquidade deles, e não entrem na tua justiça. Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos.” Salmo 69:22-25

Como já foi mencionado, estes versículos registram uma oração do Senhor na cruz. Depois de revisar toda a Sua vida como tendo sido uma vida de repreensão e rejeição, Ele lança esta oração imprecatória para juízo da porção incrédula da nação que O havia rejeitado. A mesma passagem que indica que a nação seria cruelmente deportada de sua terra e colocada de lado segundo a maneira de Deus, também nos diz qual seria a condição do povo durante sua diáspora. Eles permaneceriam espiritualmente cegos por um golpe do juízo governamental de Deus (Sl 69:22-23; Rm 11:25; 2 Co 3:14-15). Mas mesmo nessa condição a cegueira seria apenas “em parte” (Rm 11:25); ao longo dos anos alguns judeus foram salvos pela misericórdia de Deus (Hc 3:2; Rm 11:5, 31-32). Assim como Elimas, o mago judeu que recusou o evangelho e tentou impedir que os gentios cressem, a nação tem estado espiritualmente cegada “por algum tempo” (At 13:6-11).



2. OS JUDEUS SERIAM DISPERSOS DEBAIXO DO JUÍZO GOVERNAMENTAL DE DEUS E EXISTIRIAM POR MUITO TEMPO COMO UM POVO SEM UM PAÍS

2. OS JUDEUS SERIAM DISPERSOS DEBAIXO DO JUÍZO GOVERNAMENTAL DE DEUS E EXISTIRIAM POR MUITO TEMPO COMO UM POVO SEM UM PAÍS


Havendo assentado o primeiro “pilar” no fundamento da verdade dispensacional — o fato de que haveria uma interrupção nas tratativas de Deus com Israel — seguimos agora com o segundo “pilar”. Ele tem a ver com o fato de os judeus terem sido dispersos sob o juízo governamental de Deus. Como consequência eles passariam a existir por muitos dias como um povo sem um país. A isto se dá o nome de diáspora. Os judeus continuam sob esse juízo ainda hoje e continuam dispersos pelo mundo. Cerca de quatro milhões de judeus vivem hoje em sua terra na Palestina, mas eles continuam nacionalmente sob aquela repreensão.


GÊNESIS 49:1-27

GÊNESIS 49:1-27

Este capítulo nos apresenta a declaração de Jacó aos seus doze filhos revelando o futuro deles “nos dias vindouros” (literalmente “nos últimos dias” — Gn 49:1). Quando entendido de modo figurado, suas palavras apresentam uma notável extensão da história relacionada à nação de Israel.
RÚBEN — Representa os primórdios da história de Israel na terra de Canaã (Gn 49:3-4). Tendo recebido os privilégios de primogênito— “força”, “vigor”, “alteza” e “poder” — estes foram conferidos à nação. Todavia o povo, à semelhança de Rúben, não se esmerou, mas se corrompeu moral e espiritualmente (1 Cr 5:1). Por isso o direito e privilégio de ser a “cabeça” das nações foram tirados de Israel e transferidos aos gentios (Dt 28:13; Dn 2:37). Isso ocorreu por ocasião do cativeiro babilônico (2 Rs 24:1-4).
SIMEÃO e LEVI — Um remanescente dos judeus foi restaurado à terra nos dias de Esdras e Neemias, e assim como fizeram Simeão e Levi, eles “mataram homens” (Gn 49:5-7). Esta é uma referência ao que fizeram aos Siquemitas (Gn 34:26), mas profeticamente aponta para a morte de Cristo (At 2:23; 3:14-15). Simeão e Levi representam o povo e o sacerdócio se unindo nesse crime nacional que foi a morte de Jesus. Consequentemente Deus diz “eu os dividirei... e os espalharei”. Originalmente isto se referia ao lugar em que seriam colocados entre as tribos de Israel (Josué 21), mas em seu sentido profético representa sua dispersão entre os gentios.
JUDÁ — Considerando que a nação foi culpada de crucificar seu Messias, o propósito de Deus para com a tribo de Judá, de que reinasse como um “leão” entre as tribos de Israel (1 Cr 5:2), foi anulado e perdeu seu efeito (Gn 49:8-10). Todavia, “o cetro” e o “legislador” não seriam separados de Judá até que viesse “Siló” (Cristo, o “Homem de paz”) e este fosse formalmente rejeitado. Isto significa que os judeus conservariam sua soberania política na terra até depois de Cristo ter sido rejeitado. A retirada do “cetro” e do “legislador” de Judá aponta para quando os judeus, como nação, foram colocados de lado, o que ocorreu literalmente no ano 70 D. C. quando os Romanos destruíram a cidade de Jerusalém e deportaram o povo. Resta uma promessa que ainda está para se cumprir: “a ele [Siló] se congregarão os povos” (veja Zacarias 2:11). Naquele dia futuro Judá se tornará um estado próspero (Gn 49:11-12).
ZEBULOM — Zebulom e Issacar representam os judeus nos dias atuais, como tendo sido colocados de lado no modo de agir de Deus. Zebulom indica que eles seriam dispersos entre as nações e assim se entregariam ao comércio com os gentios (Gn 49:13). Isto é mostrado no que Jacó diz sobre Zebulom, que ele habitaria “no porto dos mares”. Os “mares” nas Escrituras nos falam dos gentios (Ap 17:15). Além disso, Zebulom seria “como porto dos navios”. Esta é uma referência ao comércio dos judeus com os navios mercantes que viriam a eles para vender seus produtos.
ISSACAR — Ao longo de sua diáspora os judeus acabaram se conformando à sua sujeição aos gentios e colocaram seu foco em atingir seu objetivo de acumular riqueza (Gn 49:14-15). Isto está indicado na declaração de que eles seriam um “jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos”. Nessa posição degradante eles viram “que o descanso era bom” e aproveitaram ao máximo, servindo “debaixo de tributo” (ou “trabalhando como escravos”).
— Após a atual dispersão haverá um exercício nacional entre os judeus para retornarem em massa à sua terra natal (Is 18:1-4). Isto acontecerá durante a septuagésima semana de Daniel (Dn 9:27). Nessa ocasião se levantará um falso messias (o Anticristo) que “julgará seu povo” (Gn 49:16). Esse homem terá ajuda satânica e se valerá dela para levar a nação à apostasia (Ap 9:1-11). Dã representa essa corrupção. Como uma “serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás”, o Anticristo causará um retrocesso entre os judeus (Gn 49:17). A adoração da Besta e de sua imagem substituirá os sacrifícios judaicos (Dn 9:27; Ap 13:11-18). Um remanescente dentre os judeus não se curvará à idolatria por motivo de consciência e acabará perseguido como consequência disso. Esse remanescente se entregará ao Senhor e clamará a Ele por libertação, o que está representado nas palavras “A tua salvação espero, ó Senhor!” (Gn 49:18).
GADE — No final, o aflito remanescente judeu sairá da Grande Tribulação vitorioso. A profecia de Jacó a respeito de Gade ilustra isto (Gn 49:19). Isso acontecerá quando o Senhor vier — em Sua vinda manifesta. O remanescente será temporariamente vencido por uma tropa de apóstatas — “uma tropa o acometerá, mas ele a acometerá por fim”. Isto assinala o Senhor voltando a se relacionar com o Seu povo Israel.
ASER — Após terem experimentado a libertação, Aser representa o fato de que o remanescente de Israel receberá sua herança, “o seu pão será gordo, e ele dará delícias reais” — o que significa grande prosperidade (Gn 49:20).
NAFTALI — O remanescente liberto experimentará a liberdade como “uma gazela solta” e pronunciará “palavras formosas” de louvor a Deus (Gn 49:21).
JOSÉ — José e Benjamim são tipos de Cristo. José tipifica Cristo agindo em graça no Milênio e Benjamim representa Cristo agindo em juízo naquele mesmo tempo.
Israel restaurado será como “ramo frutífero junto à fonte”. Seus “ramos” de bênção correrão “sobre o muro” — alcançando os gentios (Gn 49:22). Ainda continuará a existir o “muro” de separação entre Israel e as nações gentias durante o reino milenial de Cristo, mas a bênção do Senhor sobre Israel será tão grande que eles terão prazer em compartilhá-la com outros. Isso será uma prova de que a restauração de Israel estará completa; eles já não terão preconceito contra os gentios.
As nações certamente “lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram”, mas naquele dia os exércitos de Israel serão “fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó”, e eles usarão de seu poder para serem uma bênção para as nações (Gn 49:23-24). A partir da terra de Israel, Cristo, “o Pastor e a Pedra de Israel”, irá reinar trazendo ao mundo “bênçãos dos altos céus”. Tais bênçãos superarão as de seus ancestrais — “as bênçãos de meus pais” — e se estenderão ao longo do reino de mil anos de Cristo até a “extremidade dos outeiros eternos”, o Estado Eterno (Gn 49:25-26). Bênçãos são mencionadas seis vezes em conexão com José.
BENJAMIM — No dia milenial ainda haverá juízo sendo executado (Gn 49:27). Nessa época, como “lobo que despedaça”, o Senhor virá sobre os que se rebelarem contra a justiça (Is 32:1; Sl 101:8).
Temos assim, na profecia de Jacó a respeito de seus filhos, previsões de toda a história de Israel quando a interpretamos na forma de tipos. E mais uma vez podemos ver que a nação seria colocada de lado em um tempo quando seria dispersa entre os gentios e, depois de algum tempo, haveria uma retomada da conexão do Senhor com eles para introduzi-los nas bênçãos prometidas do reino.

Existem muitas outras profecias no Antigo Testamento que falam das tratativas passadas e futuras do Senhor com Israel, porém elas não indicam um rompimento entre o passado e o futuro. Todavia, quando essas profecias são interpretadas à luz das profecias que acabamos de considerar, fica claro que haveria uma suspensão em certo momento das tratativas de Deus com Israel. Algumas destas passagens são Salmo 110:1-7; Isaías 42:1-9; Isaías 49:3-6; Daniel 7-8; Daniel 8:22-25; 11:35-36; Oséias 2 e Zacarias 9:9-11. Interpretar estas profecias levando em consideração tal interrupção de modo algum compromete o estudo destas passagens.


OSÉIAS 5:13-6:3

OSÉIAS 5:13-6:3

“Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá a sua chaga, subiu Efraim à Assíria e enviou ao rei Jarebe; mas ele não poderá sarar-vos, nem curar a vossa chaga. Porque para Efraim serei como um leão, e como um leãozinho à casa de Judá: eu, eu o despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre. Irei e voltarei ao meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, de madrugada me buscarão. Vinde, e tornemos ao Senhor, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra”. Oséias 5:13-6:3
Até aqui vimos as passagens que se referem aos judeus (as duas tribos). A passagem que agora veremos mostra as dez tribos (o reino do norte de Israel), que os profetas identificam como “Efraim”. Existe uma diferença na responsabilidade entre estas duas facções da nação. Os judeus rejeitaram a Cristo e irão receber o Anticristo, enquanto as dez tribos não são culpadas de nenhuma destas coisas. As dez tribos de Israel nem sequer estavam na terra na época em que Jesus veio; portanto elas não podem ser consideradas responsáveis pela rejeição e crucificação de Cristo. Todavia, elas transgrediram a Lei de Deus e mergulharam na idolatria, sendo obviamente culpadas destas coisas. (Os 4:17).
Esta passagem mostra que o rompimento do Senhor com as dez tribos ocorreu muito antes de Seu rompimento com os judeus. Os exércitos inimigos invadiram a terra e levaram as dez tribos em 721 A.C., enquanto os judeus foram deportados de sua terra no ano 606 A.C. Mas Deus teve misericórdia da casa de Davi e fez com que um remanescente de judeus retornasse nos dias de Jesuá e Zorobabel (Ed 1-2). Eram esses judeus que estavam na terra quando Cristo veio e foi rejeitado. Como consequência eles acabariam sendo destruídos mais tarde, no ano 70 D.C..
Oséias 5:13-15 — Como consequência do envolvimento deles com a idolatria o Senhor lhes avisou que iria “despedaçar” o reino do norte de Israel. Trata-se de uma referência à remoção da divina proteção, permitindo que seus inimigos invadissem a terra e os destruísse. Então Ele declara “ir-me-ei embora”, ou seja, Deus se afastaria deles. Esta é uma referência ao rompimento de suas tratativas com as dez tribos de Israel. Naquela ocasião o Senhor deu a eles o nome de “Lo-Ami” (“não meu povo” - Os 1:9-10).

O Senhor disse: “Irei e voltarei ao meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face” (Os 5:15). Esta é a posição que o Senhor assumiu por muitos anos em relação às dez tribos. O capítulo 6 segue para demonstrar que seu rompimento com eles não seria para sempre. Mais uma vez aqui temos uma clara referência ao Senhor suspendendo Suas tratativas com a nação.


ZACARIAS 11-13:6

ZACARIAS 11-13:6

No capítulo 11:1-3 a profecia começa descrevendo uma desolação assustadora da terra, causada por um exército invasor e pela inabilidade do povo de resistir à invasão. Isto é mostrado por meio da figura de um grande “fogo” na floresta que consumiria tudo à medida que passasse pela terra, de norte a sul. Trata-se de uma referência ao futuro ataque do Rei do Norte à terra de Israel (Dn 11:40-42).
O fogo destruiria os “cedros”, os “ciprestes” e os “carvalhos”. Estas são figuras dos homens, portanto a população seria dizimada. O fogo começaria no “Líbano” (ao norte), e se alastraria rumo ao sul até as planícies cobertas de relva de “Basã”, onde os pastores apascentariam seus rebanhos. Ele continuaria em direção ao sul até a parte baixa do vale do “Jordão” (ao sul) e devastaria também aquela área.
* * * * *
No capítulo 11:4-17 o profeta abre um grande parêntese com os versículos 4 ao 17 explicando a razão desse juízo. É por Cristo, “o bom Pastor” (João 10:11), ter sido rejeitado pela nação e por esta ter recebido o Anticristo, “o pastor inútil” (Zc 11:17). Isto é apresentado aqui para retratar a obra do Espírito no futuro, quando Ele trouxer à consciência dos judeus este duplo pecado.
Portanto, neste parêntese temos uma retrospectiva para o tempo do primeiro advento de Cristo. Ele começa com o Senhor recebendo Sua comissão vinda de Deus para ministrar à nação. Ele deveria apascentar “as ovelhas da matança” por causa de sua incredulidade. Seus “possuidores” (o império Romano, sob cujo jugo eles estavam na época da primeira vinda do Senhor) não se consideravam “culpados” de tratarem mal os judeus, pois acreditavam que eles mereciam (Zc 11:5). Os judeus infiéis (os Herodianos — Mt 22:16) que se uniram à causa romana usaram da oportunidade para enriquecer. Os “seus pastores” (os principais sacerdotes, escribas, Saduceus e Fariseus) se contentavam em não alterar aquela situação e nada faziam para ajudar a nação. Como consequência da incredulidade do povo e de um total desrespeito pelas reivindicações de Deus, o Senhor disse que não teria “mais piedade dos moradores desta terra” (Zc 11:6), mas os entregaria nas mãos do “rei” (César — João 19:15) e de seu povo (os Romanos) que iriam ferir a terra. Isto aconteceu no ano 70 D.C..
Enquanto isso o Senhor cumpria o Seu ministério — “Eu, pois, apascentei as ovelhas da matança” (Zc 11:7). Ele acrescenta “as pobres ovelhas do rebanho”. Esta última declaração se refere ao remanescente de judeus crentes em meio à massa de incrédulos. O Senhor falou de dois aspectos de seu ministério messiânico usando a figura de “duas varas”, que eram instrumentos que o pastor usava para apascentar o rebanho. Elas representam o que o Senhor teria feito por Israel se eles O tivessem recebido. A uma vara Ele deu o nome de “Graça”, pois sob o Seu ministério messiânico a nação seria agraciada com as bênçãos mileniais que Ele derramaria sobre o povo (Sl 90:17; Is 55:5; 60:1-3, 13). “Todos estes povos” (os gentios — Zc 11:10) veriam a glória e a beleza repousando sobre Israel e estariam desejosos de se juntarem ao Deus de Israel (Sl 47:9; Zc 2:10-11). A outra vara Ele chamou de “União”, pois iria sanar a brecha entre as duas tribos e as demais dez tribos (“Judá e Israel” — Zc 11:14), unindo-as novamente em uma grande nação (Ez 37:15-28). O Senhor “apascentou” o rebanho tendo em mente estes dois objetivos, todavia não houve resposta do povo, pois eles eram infiéis (Zc 11:7b).
Irritado com a incredulidade do povo, o Senhor destruiu “os três pastores num mês” (Zc 11:8). Isto é uma referência ao fato de Ele ter exposto as três principais seitas na nação — os Herodianos, Saduceus e Fariseus — quando O confrontaram no Templo (Mt 22:15-46). A tradução correta seria que ele fez isso tudo em um dia do mês. O Senhor decidiu não mais apascentar (alimentar) o rebanho (Zc 11:9). Como consequência a nação ficaria destituída da proteção divina e exposta a seus inimigos. Durante o cerco e queda de Jerusalém no ano 70 D.C. os moribundos morriam e os que pereciam acabariam sendo destruídos pela fome, enquanto o restante do povo se entregaria ao canibalismo.
O Senhor quebrou a vara “Graça”, o que significa que Seu ministério messiânico para abençoar a nação seria suspenso (Zc 11:10). A promessa de “aliança” (não da aliança Mosaica) para abençoar Israel por intermédio das nações gentias (“todos estes povos”) não se concretizaria naquele tempo. A vara seria quebrada, mas “os pobres do rebanho, que me respeitavam” (os fiéis) receberiam entendimento da razão dessa suspensão em Seu ministério para com Israel (Zc 11:11; Mt 13:110).
Ao concluir Seu ministério para com a nação, o Senhor disse a eles: “Dai-me o meu salário”, isto é, os três anos e meio que passou pregando, ensinando e apascentando o povo (Zc 11:12). Os líderes O avaliaram em “trinta moedas de prata”. Aquilo era um completo insulto; o preço de um escravo morto! (Êx 21:32). Aquilo mostrava a profundidade da depravação a que a nação havia chegado e revelava os desígnios na nação de matá-Lo. Jeová disse a Ele: “Arroja isso ao oleiro” (Zc 11:13). Por intermédio de Mateus 27:3-10 sabemos que isto foi feito por mãos dos sacerdotes (Judas atirou o dinheiro no templo e os sacerdotes o deram ao oleiro). Usando de ironia, o Senhor chamou aquilo de “belo preço em que fui avaliado por eles”, e seguiu quebrando a outra vara, “União” (Zc 11:14). Isto significava que o Senhor não iria curar a brecha entre “Judá e Israel” naquele tempo.

A quebra das duas varas significava que o Senhor havia cessado Seu ministério messiânico para com Israel. O fato de elas terem sido quebradas separadamente indica Sua relutância em dissolver seu vínculo com Israel. Todavia, depois de esperar pacientemente por muito tempo (40 anos — da cruz a 70 D.C.) eles foram entregues a uma ação judicial que permitiu que os exércitos romanos destruíssem a cidade e o santuário, e deportassem o povo (Mt 22:7). Portanto, esta profecia também indica que Deus iria romper suas tratativas com a nação por haverem rejeitado a Cristo, e ao fazer assim haviam também rejeitado as bênçãos do reino que poderia ter sido deles. Essa ação de colocar de lado da nação não seria final, como demonstram os próximos capítulos (12-13).


SALMO 69:22-28

SALMO 69:22-28

“Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em laço, e a prosperidade em armadilha. Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente. Derrama sobre eles a tua indignação, e prenda-os o ardor da tua ira. Fique desolado o seu palácio; e não haja quem habite nas suas tendas. Pois perseguem àquele a quem feriste, e conversam sobre a dor daqueles a quem chagaste. Acrescenta iniquidade à iniquidade deles, e não entrem na tua justiça. Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos.” Salmo 69:22-28
Este Salmo mostra o Senhor na cruz, não sofrendo em conexão com Sua obra expiatória, mas sofrendo a injúria nas mãos dos homens. Ao ser rejeitado, Ele vê a Si próprio injuriado por sete diferentes grupos de pessoas — de sua família aos soldados romanos que O crucificaram (Sl 69:7-21). Consequentemente, o Senhor faz esta oração na qual amaldiçoa (Sl 69:22-28).

Primeiro, para que os incrédulos judeus fossem cegados por sua própria religião, a qual o Senhor chama de “sua mesa” — o sistema sacrificial com o qual a nação estava em uma comunhão exterior com Deus (Rm 11:25; 2 Co 3:14-15). Em segundo lugar, para que a nação fosse varrida pelos romanos sob o comando de Tito no ano 70 D.C. (Dn 9:26; Mt 22:7). E em terceiro lugar, para que aqueles que fossem mortos em sua condição de incredulidade passassem para uma eternidade de perdição e assim fossem apagados do livro da vida. Essas três coisas se cumpriram pouco tempo depois da morte do Senhor, trazendo um rompimento dos vínculos da nação com Deus, e assim eles foram colocados de lado como nação. O Salmo segue mostrando que isso não seria para sempre.



Postagens populares