“A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?” por Bruce Anstey

ATOS 7-10

ATOS 7-10

Atos dos Apóstolos é um livro de transição que apresenta a movimentação nos desígnios de Deus passando da velha para a nova dispensação. Essa transição é particularmente notada no capítulo 2 com a vinda do Espírito Santo, enquanto Deus ainda não havia colocado Israel formalmente de lado. Deus esperou pacientemente que a nação se arrependesse. Todavia, à medida que o livro vai se desenrolando fica evidente que os judeus não receberiam o testemunho do Espírito por intermédio dos apóstolos. Isso fez com que fosse inevitável a rejeição temporária de Israel.

ATOS 2:1-4, 47

ATOS 2:1-4, 47

No que diz respeito ao período de tempo do chamado e formação da Igreja, as Escrituras indicam que ela começou com a descida do Espírito Santo vindo do céu no dia de Pentecostes. Aquilo assinalou um novo começo no modo de Deus agir (At 11:15). Não se tratava de um reavivamento em Israel, como aconteceu nos dias de Ezequias e Josias, e nos dias de Esdras e Neemias, mas de algo completamente novo. Este algo novo — a Igreja — foi formado pelo batismo do Espírito Santo (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16; Jo 1:33; At 1:5; 11:16; 1 Co 12:13).
As Escrituras ensinam que a Igreja não existia antes daquele momento inaugural. Portanto ela não poderia ter existido nos tempos do Antigo Testamento e nem nos dias do ministério do Senhor na terra. Eis quatro provas disto:
  • O MINISTÉRIO DE CRISTO — Nos dias do ministério terreno do Senhor, Ele ensinou a Seus discípulos que iria edificar a Igreja em algum momento futuro. Ele disse: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16:18). Fica claro que ela não existia quando ele declarou isso.
  • A MORTE DE CRISTO — Efésios 2:14-16 declara que uma das coisas que caracterizam a Igreja é que “a parede de separação que estava no meio”, entre judeus e gentios, foi removida, e a “inimizade” que existia entre eles foi desfeita. Paulo explica que isto foi feito na morte de Cristo “na cruz”. Isto significa que a Igreja não poderia existir antes de Cristo morrer.
  • A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E SUA ASCENSÃO — Efésios 1:20-23 e Colossenses 1:18 indicam que antes que a Igreja pudesse ser trazida à existência, Cristo, que estava destinado a ser sua Cabeça, precisaria primeiro ressuscitar de entre os mortos e ascender aos céus.
  • CRISTO ENVIANDO O ESPÍRITO SANTO — 1 Coríntios 12:13 declara que a Igreja foi formada pela descida do Espírito Santo para habitar nessa nova companhia de crentes. Isto não ocorreu antes de Pentecostes.

Podemos ver destas passagens que havia duas coisas que eram absolutamente necessárias antes que a Igreja pudesse ser trazida à existência (Jo 7:39) e elas comprovam que ela não poderia ter existido no tempo do Antigo Testamento:
  1. Cristo precisaria morrer, ressuscitar de entre os mortos e ascender à destra de Deus como um Homem glorificado (At 1:9-10).
  2. O Espírito de Deus precisaria ser enviado por Cristo das alturas para formar a Igreja — o batismo do Espírito Santo (At 1:5; 11:16).
Alguns citam Atos 7:38 como prova de que a Igreja de Deus existia no Antigo Testamento. Ali diz: “Este é o que esteve entre a congregação no deserto” [N. do T.: A palavra grega traduzida como “congregação” é “eclésia”, a mesma que em outras partes é traduzida como “assembleia” ou “igreja”]. É verdade que a palavra “igreja” ou “assembleia” é aplicada a Israel neste versículo, mas devemos ter em mente que a palavra original traduzida como “igreja” ou “assembleia” nem sempre é usada nas Escrituras para descrever a companhia celestial e especial de crentes que o evangelho está chamando neste momento. A mesma palavra no idioma original é usada para descrever a confusa multidão de gentios idólatras e furiosos em Atos 19:32, 39, 41. Ninguém ousaria dizer que eles faziam parte da Igreja de Deus só porque a mesma palavra foi usada para descrevê-los! Isto demonstra que uma palavra usada nas Escrituras nem sempre se refere a uma mesma coisa; é o contexto de cada passagem que irá indicar a que ou a quem ela está se referindo. Não se deve confundir a que Estêvão estava se referindo em Atos 7:38. Uma assembleia ou congregação é um coletivo ou grupo de pessoas. No caso de Israel eles eram uma “assembleia” ou “congregação” no Egito (Êx 12:3), e no deserto (At 7:38), e na terra de Canaã (1 Rs 8:5). O uso cristão da palavra em Mateus 16:18 e 18:17, e também nas epístolas, refere-se a uma “assembleia” ou “congregação” ou “igreja” formada por pessoas completamente distintas.



JOÃO 21

JOÃO 21

Este capítulo ilustra o chamado e comissionamento do Senhor no serviço cristão. Existe uma notória diferença em relação à antiga ordem de coisas no sistema legal do Judaísmo. Na antiga dispensação os servos eram os Levitas. Eles nasciam segundo suas famílias e eram designados para o serviço, tivessem ou não algum exercício a esse respeito. Mas no Cristianismo os servos de Deus já não viriam de uma determinada linhagem familiar, porém seriam chamados pelo Senhor. O Senhor chama e envia quem Ele quer; Ele os prepara para a obra por meio de suas experiências na escola de Deus. Isto é ilustrado pelo Senhor comissionando Pedro (que antes havia falhado) para um trabalho de pastoreio das ovelhas do Senhor (Jo 21:15:19). João, também, tinha um trabalho a fazer (Jo 21:20:25).
Sumário da transição em cada capítulo do Evangelho de João
  •          Capítulo 1 — De discípulos de João a discípulos do Senhor.
  •          Capítulo 2 — Do vinho velho ao vinho novo.
  •          Capítulo 3 — Do novo nascimento à vida eterna — das coisas terrenas às coisas celestiais.
  •          Capítulo 4 — Da adoração a Jeová em Jerusalém à adoração ao Pai em espírito e em verdade no santuário celestial.
  •          Capítulo 5 — Do princípio das obras para receber bênção ao princípio da livre graça em Cristo.
  •          Capítulo 6 — Do significado e aplicação literais das Escrituras do Antigo Testamento ao significado e aplicação daquelas coisas como tipos.
  •          Capítulo 7 — Das formas de religião exterior à satisfação interior na Pessoa de Cristo.
  •          Capítulo 8 — Da misericórdia sob a Lei à chance de arrependimento no Dia da Graça.
  •          Capítulo 9 — Das trevas para a luz.
  •          Capítulo 10 — Do curral ao rebanho.
  •          Capítulo 11-12 — Da esfera de morte para a esfera de vida.
  •          Capítulo 13 — Do ministério terrestre de Cristo para Seu ministério celestial como Advogado diante do Pai.
  •          Capítulo 14 — De Cristo como Messias do sistema terrestre a Cristo como Cabeça da nova ordem celestial.
  •          Capítulo 15 — De Israel, a antiga vinha, a Cristo, a verdadeira Videira.
  •          Capítulo 16 — A presença do Espírito no mundo prova que a antiga dispensação foi colocada de lado.
  •          Capítulo 17 — Das orações de Cristo na terra como o Messias sofredor às Suas orações nas alturas como nosso Sumo Sacerdote.
  •          Capítulo 18-19 — Dos sacrifícios de animais na economia judaica ao único sacrifício do verdadeiro Cordeiro de Deus.
  •          Capítulo 20 — De Cristo, o Messias de Israel, a Cristo, a Cabeça da raça da nova criação, e do templo para o cenáculo.
  •          Capítulo 21 — De servos levíticos sob as ordenanças judaicas a servos cristãos sob a direção de Cristo.




JOÃO 20

JOÃO 20

Este capítulo nos apresenta um registro da característica ímpar do Cristianismo: a ressurreição de Cristo. A ressurreição de Cristo permanece como a vitória final de Deus sobre o pecado e a morte, e assinala o início de toda uma nova ordem de coisas no modo de Deus agir. João declara que “viu” três grandes coisas. Essas coisas estabelecem os fundamentos de todas as nossas bênçãos e privilégios cristãos:
  •          A visão de um Salvador morrendo (Jo 19:35).
  •          A visão de um túmulo aberto (Jo 20:8).
  •          A visão do Senhor vivo no meio do Seu povo (Jo 20:20).

Na primeira, João deu testemunho do sangue da expiação sendo derramado — a base para que os homens fossem abençoados por Deus mediante a fé (1 Jo 1:7).
Na segunda, João deu testemunho do selo da aprovação de Deus sobre a obra consumada de Cristo na ressurreição do Senhor. Ele declara que “o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte” (Jo 20:7). Isto é significativo e nos dá uma pista do que viria na Dispensação do Mistério (Cristianismo). O novo vaso de testemunho que Deus iria formar (a Igreja), na figura do corpo de Cristo, seria caracterizado por uma separação física entre a Cabeça e os membros do Seu corpo, todavia eles estariam intimamente conectados pelo Espírito de Deus. O Livro de Atos e as epístolas atestam o fato de que Cristo, a Cabeça, estaria nos céus enquanto os membros do Seu corpo estariam na terra durante o presente Dia da Graça (At 9:4; 1 Co 12:12-13).
Na terceira visão, João viu o Senhor no meio dos Seus em um novo lugar de reunião para os crentes — “um cenáculo” (aposento superior). O Templo em Jerusalém havia sido o lugar designado por Deus no Judaísmo onde todos os judeus deviam se reunir e adorar a Jeová (Dt 12:11; 16:16-17). Todavia, um pouco antes da morte do Senhor Ele “saiu” do Templo em Jerusalém. Aquela era uma ação simbólica que indicava que Ele estava rompendo o Seu vínculo com toda aquela ordem de coisas do Judaísmo e com aquele lugar de adoração (Mt 23:38-24:1). Daí em diante a Sua presença não seria mais encontrada ali. Quando o Senhor ressuscitou de entre os mortos Ele tornou Sua presença conhecida em um lugar de reunião completamente novo — “o cenáculo”. Este novo lugar de reunião simboliza o novo terreno de reunião no Cristianismo (Lc 22:12; At 1:13; 9:39; 20:8). Algumas coisas que caracterizavam “o cenáculo” eram:
  •          Os discípulos se reuniam ali “no primeiro dia da semana” (Jo 20:19a). É significativo que a ressurreição do Senhor e Sua aparição no meio dos Seus (a última tendo ocorrido em dois primeiros dias da semana consecutivos) indica que este novo modo de Deus agir no Cristianismo não estava conectado com o dia comemorativo da antiga dispensação, o Sábado (Êx 20:8; 31:12-17). Isto sugere que o Sábado não seria observado na nova ordem de coisas do Cristianismo (Cl 2:16-17).
  •          Eles se reuniam no novo lugar de reunião em separação dos judeus e da ordem judaica, opostas aos princípios e práticas cristãs — “cerradas as portas” para os judeus (Jo 20:19b, Hb 13:10). Portanto era “fora do arraial” do Judaísmo em posição, princípio e prática (Hb 13:13).
  •          O Senhor fez Sua presença conhecida “no meio” deles (Jo 20:19c; Mt 18:20).
  •          “Paz” e alegria (encorajamento) foram desfrutadas pelos que estavam ali (Jo 20:19:21).
  •          A presença do “Espírito Santo” foi conhecida de uma maneira peculiar (Jo 20:22; Fp 3:3).
  •          O Senhor comissionou os discípulos com poder para “perdoar” e “reter” pecados no sentido administrativo (Jo 20:23; Mt 18:18-19; 1 Co 5:4).

Estas coisas caracterizam o Cristianismo. Portanto, este capítulo nos apresenta outra transição — do antigo lugar de reunião no Templo para novo lugar de reunião no cenáculo.

Maria foi a primeira a ver o Senhor em ressurreição (Jo 20:11-18). Todavia, ela não devia “tocá-Lo” na condição em que Ele estava, pois Ele ainda não tinha “subido” para o Seu Pai (Jo 20:17). Isto significa que apesar de os discípulos terem “conhecido Cristo segundo a carne” como o Messias de Israel, daí em diante eles já não O conheceriam desse modo (2 Co 5:16). Eles deveriam conhecê-Lo de uma maneira completamente nova — como Cabeça da raça de uma “nova criação” (Rm 8:29; Gl 6:15; 2 Co 5:17; Ap 3:14) — no novo lugar de reunião. Suas novas conexões cristãs com Deus Pai em Cristo ressuscitado estão indicadas por Sua declaração a Maria: “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20:17). Os da antiga dispensação não conheciam a Deus como Pai desta maneira.



JOÃO 18-19

JOÃO 18-19

Estes dois capítulos apresentam a transição final do Judaísmo para o Cristianismo. O perfeito sacrifício do Senhor como Cordeiro de Deus é visto como o cumprimento de todos os sacrifícios do sistema judaico do Antigo Testamento. Com tal cumprimento os sacrifícios judaicos já não precisariam continuar. Como consequência todo o sistema sacrificial que apontava para a obra consumada de Cristo seria colocado de lado (Hb 10:1-18). Hoje já não há necessidade de uma “oferta pelo pecado” do modo como era na antiga ordem sob a Lei (Hb 10:18).



JOÃO 17

JOÃO 17

A última coisa que o Senhor fez em conexão com os discípulos antes de voltar para o Pai foi orar por eles. Esta oração ilustra a atual função do sumo sacerdócio de Cristo que Ele levaria adiante à destra de Deus em favor deles na nova dispensação. Portanto, haveria um novo Sumo Sacerdote ministrando no santuário celestial — o próprio Filho de Deus. Esta é outra característica do Cristianismo que não era conhecida no Judaísmo.
Duas coisas têm um lugar especial em Seu coração — a glória do Pai e o cuidado para com Seus discípulos. A oração ilustra a atual intercessão que o Senhor Jesus está efetuando em glória nas alturas. Nesta oração Ele não menciona uma palavra sequer sobre os fracassos e falhas daqueles que são Seus, apesar de serem muitas. Ele tampouco pede por riquezas, honras ou influência e sucesso no mundo para eles, porém busca somente o bem e a bênção para os que são Seus.
O Senhor fez sete pedidos específicos:
  •          Que o Pai pudesse ser glorificado no Filho (Jo 17:1-8).
  •          Que os discípulos fossem guardados em unidade de pensamento, objetivo e propósito (Jo 17:9-11).
  •          Que o Seu gozo fosse completo neles (Jo 17:13).
  •          Que eles fossem guardados do mal (Jo 17:14-16).
  •          Que eles fossem santificados por meio da verdade e assim capacitados para o serviço (Jo 17:17-19).
  •          Que todos os que viessem a crer fossem um em testemunho para que o mundo pudesse conhecer que Ele é o Enviado do Pai (Jo 17:20-23).
  •          Que eles pudessem estar com Ele para poderem contemplar Sua glória (Jo 17:24).


Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.


JOÃO 16

JOÃO 16

Outra coisa que marcaria a nova dispensação seria a presença do Espírito Santo na terra. A própria presença do Espírito na terra prova que a antiga dispensação foi deixada de lado e teve início a nova dispensação. Nos tempos do Antigo Testamento o Espírito de Deus agiu na terra a partir de Seu lugar de residência nos céus. Ele não habitou na terra até que a redenção fosse consumada e tivesse início o Cristianismo (At 2:1-4; Ef 2:22). A presença do Espírito na terra demonstra este fato diante do mundo de três maneiras:
  •          “Do pecado” — O fato de o Espírito de Deus estar na terra prova a culpa deste mundo do pecado de rejeitar a Cristo, pois para o Espírito estar aqui Cristo precisava ir para o Pai a fim de enviar o Espírito. O fato de ele ter deixado o mundo da maneira como deixou (ao ser morto) aponta para a inegável evidência da culpa que recai sobre este mundo.
  •          “Da justiça” — O fato de o Espírito de Deus estar aqui neste mundo é uma evidência irrefutável de que Deus recebeu a Cristo nas alturas (At 2:33) e que a justiça de Deus assegurou bênção para o homem (Rm 3:21).
  •          “Do juízo” — O fato de o Espírito de Deus estar aqui neste mundo é uma prova de que o mundo e seu príncipe (Satanás) já foram julgados e aguardam a execução da sentença.





JOÃO 15

JOÃO 15 

Neste capítulo o Senhor falou de Si mesmo como “a videira verdadeira”. Na antiga dispensação Israel era a vinha ou videira de Jeová (Sl 80:8-11; Is 5:1-2), mas eles falharam em produzir fruto para Deus (Jr 2:21; Os 10:1). Agora haveria um novo sistema de produção de fruto que produziria “muito fruto” para Deus (Jo 15:8). Tal mudança assinalava outra característica da transição da antiga para a nova dispensação.
Na nova dispensação o desejo de Deus é que, mesmo estando o Senhor ausente de Seus discípulos, Seu caráter possa continuar sendo visto neles e por meio deles. Como acontece com os ramos ligados à Videira, Deus gostaria que eles dessem “fruto” durante a Sua ausência, o que significa a reprodução das características morais de Cristo em seu andar e modo de ser. Portanto, eles seriam caracterizados:
  •         Pelas graças morais de Cristo. Deus gostaria que no Cristianismo os crentes manifestassem diante do mundo as características de Cristo como mansidão, humildade, bondade, paciência etc. (Jo 15:1-8). O Senhor mencionou três coisas que são essenciais para auxiliar na produção deste fruto nos crentes: a poda ou corte das varas feita pelo Pai (Jo 15:2), a Palavra dada pelo Senhor (Jo 15:3) e o permanecer nEle — que é a proximidade prática e de coração através da comunhão (Jo 15:4).
  •         Pelo amor de Cristo (Jo 15:9-10). Eles deveriam continuar no Seu “amor” e assim seriam conhecidos como uma companhia de pessoas que viviam no desfrutar do Seu amor.
  •         Pelo gozo de Cristo (Jo 15:11-12). Ele queria que o Seu “gozo” permanecesse neles. As mesmas coisas que faziam dEle um Homem feliz fariam deles (e de nós) discípulos felizes.
  •         Pela amizade de Cristo (Jo 15:13-17). Ele gostaria que eles manifestassem diante do mundo que eram Seus “amigos”. O Senhor deu provas de Sua amizade entregando Sua vida por eles (Jo 15:13), revelando a eles os conselhos secretos de Seu Pai (Jo 15:15), prometendo garantir a resposta aos seus pedidos feitos em oração (Jo 15:16). Devemos provar nossa amizade com Ele por meio da obediência (Jo 15:14), produzindo fruto (Jo 15:16) e nos amando uns aos outros (Jo 15:17).
  •         Pela rejeição de Cristo (Jo 15:18-27). Eles seriam odiados pelo mundo do mesmo modo como Ele foi odiado, e assim compartilhariam da Sua rejeição e sofrimentos. Alguns sofreriam até mesmo o martírio (Jo 16:1-4).


Traduzido de “A Dispensational or a Covenantal Interpretation of Scripture - Which is the Truth?”, por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.


JOÃO 14

JOÃO 14 

No capítulo anterior o Senhor anunciou aos seus discípulos que os deixaria para voltar ao Pai (Jo 13:33-36). Eles evidentemente ficaram atribulados, pois estavam esperando que Ele estabelecesse o reino em poder como Messias de Israel. Aquilo atrapalhava todos os seus planos e esperanças. Uma vez que o Senhor havia sido rejeitado, Ele não estabeleceria o Seu reino naquela ocasião, mas introduziria uma nova ordem de coisas na forma de uma nova dispensação. Para confortar os corações de Seus discípulos o Senhor apresentou a eles não menos que doze coisas que ganhariam na nova dispensação, as quais eram superiores às que tinham na antiga dispensação. A intenção era trazer conforto aos seus corações entristecidos, ao revelar que iriam receber algo melhor. Tudo aquilo seria uma consequência de o Senhor ascender de volta ao Pai nas alturas e enviar o Espírito Santo, duas características singulares do Cristianismo (Jo 7:39). As doze vantagens espirituais seriam:
  •         Eles iriam conhecê-Lo de uma nova maneira como a Cabeça glorificada da nova criação, ao invés de tê-Lo como o Messias de Israel (Jo 14:1).
  •         Eles teriam um lugar preparado para habitarem na casa do Pai nos céus (Jo 14:2-3). Todo judeu fiel esperava por um lugar no reino na terra, mas isto era algo muito superior ao melhor lugar que alguém pudesse ter na terra.
  •         Eles conheceriam o Pai pela posse da vida eterna (Jo 14:4-11; Jo 17:3). O Senhor Jesus é “o caminho” ao Pai, é “a verdade” do Pai, e “a vida” que nos introduz em uma relação de parentesco com o Pai. Mas era necessário que o Pai fosse revelado pelo Filho (Jo 1:18), que a redenção fosse consumada (Jo 3:14-15) e enviasse o Espírito Santo (Jo 4:14).
  •         Eles fariam obras ainda maiores em seu serviço do que o próprio Senhor havia feito (Jo 14:12; At 2:41; 5:15-16).
  •         Eles teriam um novo poder na oração quando se dirigissem a Deus em nome do Senhor (Jo 14:13-14).
  •         Eles teriam a presença e o poder do Espírito com eles de duas maneiras: “convosco” e “em vós” (Jo 14:16-17).
  •         Eles desfrutariam da presença do Senhor em seu meio coletivamente (Jo 14:18). Ele viria a eles (em espírito) quando estivessem reunidos e assim poderiam contar com Sua presença em seu meio (Mt 18:20; Jo 20:19).
  •         Eles viveriam com Sua ajuda como Sumo Sacerdote intercedendo por eles (Jo 14:19; Rm 5:10; Hb 7:25).
  •         Eles desfrutariam de uma nova posição de aceitação diante de Deus em Cristo (Jo 14:20 — “vós em mim”) e o caráter do Senhor seria formado neles pelo Espírito habitando aqui (Jo 14:20 “em vós”).
  •         Eles desfrutariam de comunhão com Ele e com o Pai de uma forma muito mais íntima (Jo 14:21-24).
  •         Eles teriam uma completa revelação da verdade por meio da vinda do Espírito (Jo 14:25-26). Quando o Senhor estava com eles lhes ensinava as coisas concernentes ao reino na terra (“Tenho-vos dito isto”), mas o Espírito revelaria a eles “todas as coisas”, que é a revelação cristã.
  •         Eles teriam a Sua paz com eles quando tivessem de enfrentar a oposição e perseguição (Jo 14:27).





JOÃO 13

JOÃO 13

Havia chegado a hora de o Senhor voltar para o Pai. Antes de partir Ele indicou (simbolicamente) que iria deixar Seu ministério dirigido a Israel, o qual era messiânico e terrestre, para Se ocupar de um novo ministério celestial (Sua advocacia), por meio do qual manteria os Seus em comunhão com Deus durante a Sua ausência (1 Jo 2:1-2). Esse novo ministério que o Senhor estava prestes a assumir representa outra transição da antiga para a nova dispensação.
Primeiro o Senhor “levantou-se da ceia” onde estavam comendo juntos, e tirou Suas vestes colocando-as de lado (Jo 13:4a). Levantar-se na ceia daquela maneira foi uma ação simbólica indicando que Ele estava prestes a romper Suas associações exteriores com eles no reino como o Messias de Israel.
Em seguida Ele “tomando uma toalha, cingiu-se” (Jo 13:4b). Isso indicava que no novo lugar, aonde o Senhor se dirigiria nas alturas, Ele assumiria a posição de um Servo e trabalharia para manter o Seu povo em comunhão Consigo.
Finalmente Ele “deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos” (Jo 13:5). Isso nos fala do uso da “água da Palavra” em sua aplicação no andar do crente. A remoção da sujeira de nossos pés mostra o trabalho do Senhor como nosso Advogado diante do Pai, ao nos exercitar no juízo próprio tendo em vista a santidade de Deus (1 Jo 1:9) e por meio do que somos capacitados a caminhar em comunhão com Ele (Jo 14:21, 23).
Os resultados do ministério de lavar os pés, praticado pelo Senhor, tinham quatro aspectos:
  •         Desfrutaríamos do Seu amor em comunhão com Ele — “... tens parte comigo” (Jo 13:8-11).
  •         Desejaríamos levar outros a também desfrutarem de Seu amor — “... vós deveis também lavar os pés uns aos outros” (Jo 13:12-17).
  •         Discerniríamos os Seus pensamentos (discernimento espiritual) — “Desde agora vo-lo digo, antes que aconteça” (Jo 13:18-30).
  •         Daríamos ao mundo um testemunho poderoso — “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13:31-35).



JOÃO 11-12

JOÃO 11-12

Encontramos nestes capítulos o registro de Lázaro sendo ressuscitado de entre os mortos e depois sentado em um círculo de comunhão com outros da mesma fé e que tinham seu foco no Senhor. Lázaro saiu da esfera da morte para uma esfera de “verdadeira vida” (1 Tm 6:19 ARA). Isto ilustra outro aspecto da transição do Judaísmo para o Cristianismo.
A condição de morte na qual Lázaro estava é uma figura da condição da nação de Israel sob a Lei, moral e espiritualmente falando. Todo o sistema da Lei é um “ministério da morte” e um “ministério da condenação” (2 Co 3:7, 9). Todos os que estivessem sob a Lei e não atendessem os seus termos estavam condenados e, em certo sentido, mortos por ela. Esta é exatamente a posição de Israel; toda a nação se encontrava em uma condição de morte diante de Deus. A ressurreição de Lázaro é uma figura da obra do Senhor tirando um remanescente de crentes para fora daquele sistema legalista. Maria e Marta representam as duas partes do remanescente crente que havia naquela época. Maria aguardava em expectativa pela vinda do Senhor (Jo 11:20). Ela representa, entre outros, os “Simeões” e as “Anas” que aguardavam por fé a “redenção de Jerusalém” (Lc 2:25-38). Marta, por sua vez, expressava a fraqueza da fé que também havia entre muitos crentes judeus de sua época. Ela reconhecia o poder do Senhor, mas questionava sua pontualidade e até O culpava por chegar tarde (Jo 11:21). Naquela época muitos crentes estavam assim, cheios de dúvidas (Mt 28:17; Lc 24:13-33; Jo 20:24-31).
Ao ser recebido, o evangelho não somente concede “vida eterna” para a alma do crente, mas também o coloca em uma esfera de vida na companhia dos santos. Este último aspecto da vida está ilustrado na ceia em que Lázaro é visto depois de ter sido ressuscitado de entre os mortos pelo Senhor (Jo 12:1-3). Ele desfrutava de feliz comunhão na ceia com Maria, Marta e os discípulos, tendo o Senhor no meio deles. Lázaro não apenas recebeu vida em sua alma, mas foi também introduzido em uma esfera de vida entre crentes, o que é uma figura da comunhão cristã à Mesa do Senhor (1 Co 10:16-17).
Todavia, Lázaro não saiu diretamente da sepultura para a ceia em Betânia. Quando ele saiu da sepultura ele estava com “as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço” e precisava ser solto. Isto nos fala das amarras dos princípios legalistas do Judaísmo que restringem o crente (At 15:10; Gl 4:24-25). As pessoas que eram salvas e tiradas daquele sistema geralmente ficavam limitadas pelos princípios legais que tinham formado suas consciências. Elas costumavam carregar para o círculo da comunhão cristã suas mortalhas, que eram os princípios e práticas legalistas do Judaísmo (At 10:9-16; Rm 14:1-6; Gl 2:11-14). O Senhor ordenou: “Desatai-o e deixai-o ir” (Jo 11:44). Isto nos fala da obra que o Senhor deu para os Seus servos fazerem (particularmente os apóstolos) nos primeiros dias do Cristianismo. O ministério deles para com aqueles no Judaísmo que eram salvos por meio da pregação do evangelho tinha o objetivo de libertá-los das amarras daquela religião terrena. As epístolas judaico-cristãs (Hebreus, Tiago e Primeira e Segunda Pedro) são um exemplo desse ministério. Aqueles escritores do Novo Testamento trabalharam para libertar os crentes judeus das mortalhas do Judaísmo e estabelecê-los na liberdade cristã.
Em meio aos eventos relacionados a Lázaro sendo ressuscitado, vemos que Caifás, o sumo sacerdote daquele ano, sem perceber “profetizou que Jesus devia morrer pela nação” (Jo 11:47-54). Ele sugeriu ao conselho que deviam matar o Senhor Jesus, um Homem justo, a fim de preservar, se possível, a posição daquela nação na terra sob o domínio dos romanos. Parafraseando o que disse, “Se este movimento (de pessoas seguindo o Senhor Jesus) continuar haverá uma revolução na terra e os romanos virão e nos matarão a todos”. Ele sugeria que deveriam matar a Cristo, dispersar Seus seguidores e por um ponto final àquele movimento, salvando assim a nação de ser destruída. Ele raciocinava ser melhor “que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação”. Assim, Caifás não tinha qualquer escrúpulo em matar um Homem inocente se fosse para preservar o lugar da nação na terra. Mas Deus interferiu naquilo que disse e ele acabou profetizando contra sua própria vontade o que exatamente iria acontecer na morte de Cristo. O Senhor não apenas morreria pela nação, mas iria também “reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos” (Jo 11:49-53). Isto aponta para a atual obra de Deus por meio do Espírito nesta dispensação cristã trazendo crentes gentios para o rebanho de Deus juntamente com crentes judeus (Jo 10:16).
Depois de liberto, Lázaro é visto em comunhão com suas irmãs e os apóstolos durante a ceia em Betânia (Jo 12:1-3). Trata-se de uma cena que representa a comunhão e adoração cristãs. Vemos Maria no exercício da liberdade que caracteriza a adoração cristã. Ela não tinha autoridade oficial para agir como sacerdote (como era exigido na religião judaica), todavia aproxima-se livremente do Senhor com seu “arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço” — o que nos fala de adoração. Ela foi criticada por ter derramado o unguento sobre o Senhor. É triste ter de reconhecer que aqueles que, a exemplo de Maria, agirem na liberdade do Espírito na adoração cristã, serão criticados por aqueles cuja mentalidade foi formada pela ordem judaica (Jo 12:4-8). Além disso, os principais sacerdotes decidiram matar Lázaro, depois de este ter sido ressuscitado de entre os mortos (Jo 12:10). Isto demonstra que haverá perseguição contra aqueles que foram libertos das cadeias do Judaísmo e caminham na liberdade do Cristianismo.



JOÃO 10

JOÃO 10 

Este capítulo enfatiza outro aspecto da transição do Judaísmo para o Cristianismo e enfoca o novo princípio sobre o qual Deus iria reunir o Seu povo.
O Senhor anunciou que iria tirar Suas ovelhas (os crentes judeus) para fora do “curral” judaico e trazê-las para a gloriosa liberdade de Seu “rebanho” no Cristianismo (Jo 10:16). O curral e o rebanho representam dois princípios de reunião completamente distintos. Ambos mantêm as ovelhas reunidas, mas de maneiras totalmente diferentes. Um curral ou aprisco é uma circunferência sem um centro, enquanto um rebanho é um centro sem uma circunferência. Em um curral as ovelhas são mantidas juntas pela cerca que as circunda, o que nos fala dos princípios restritivos do sistema legalista da antiga dispensação, que mantinha os israelitas juntos em uma posição de separação das nações que os cercavam. Em um rebanho não há necessidade de uma cerca, pois o Pastor no meio das ovelhas exerce atração sobre elas, que por sua vez são atraídas por Ele. Portanto as ovelhas são mantidas juntas, mas sobre um princípio completamente diferente. Isso revela o princípio de reunião no Cristianismo (Mt 18:20). Os cristãos nesta nova ordem de coisas se reúnem para adoração e ministério, não por serem forçados a isso, mas por desejarem estar onde Cristo está no meio.
Uma vez que os judeus naturalmente iriam se sentir ofendidos caso alguém entrasse em seu curral e levasse algumas ovelhas para fora, o Senhor declarou que quem fizesse isso precisaria ter a qualificação necessária. Ele reconheceu que alguns impostores (“ladrões e salteadores”) poderiam aparecer sem que tivessem as qualificações ordenadas por Deus, mas Suas ovelhas não os seguiriam, “porque não conhecem a voz dos estranhos” (Jo 10:1, 5). Exemplos disso foram “Teudas” e “Judas” (At 5:36-37).
Todavia, o Senhor veio do modo designado por Deus, o que ele chama de “porta” (Jo 10:2). A porta que dá entrada ao curral, pela qual o Messias deve entrar, é caracterizada pelos profetas do Antigo Testamento.
  •         O tempo de Sua vinda (Dn 9:26 e Sl 102:24).
  •         O lugar de Sua entrada no mundo (Mq 5:2).
  •         Seu nascimento virginal (Is 7:14).
  •         O anúncio de Sua vinda (Is 40:3; Ml 3:1).
  •         Seu modo de vida (Is 53:3).
  •         O caráter do Seu ministério (Is 42:1-3).
  •         Sua capacidade de demonstrar “os poderes do mundo vindouro” (Hb 6:5; Lc 7:22; Is 33:24; 35:5-6; Sl 65:6-7; 89-9; 132:15; 146:7-8).
  •         Sua apresentação à nação (Zc 9:9).

O Senhor entrou no curral do Judaísmo (o sistema judaico instituído por Deus por intermédio de Moisés) exatamente em conformidade com estas especificações. Não havia como não perceber que Ele era o Messias de Israel — “o Pastor das ovelhas” (Sl 23:1; 77:15; 78:67; 80:1; 95:7; 100:3; Is 40:11; Ez 34:31; Zc 11:7-9; 13:7). O Espírito de Deus (“o Porteiro”) Se identificou totalmente com o Senhor, descendo do céu sobre Ele na forma de uma pomba (Jo 1:32-34; 6:27; 1 Tm 3:16) e habitando nEle. Assim o Espírito deu testemunho de que o Senhor Jesus era realmente o verdadeiro Pastor de Israel, pois “a Este o porteiro abre” (Jo 10:3). Portanto, o Senhor, sendo Quem ele era, tinha o direito de introduzir esta mudança dispensacional.
O trabalho do Senhor no curral, que acabou sendo rejeitado (Jo 1:11), era o de atrair o coração das ovelhas a Si, chamando-as “pelo nome” (o que nos fala de intimidade) e guiando-as para fora dali (Jo 10:3). Ao guiar aqueles que eram Seus para fora o Senhor indicava que estava prestes a abandonar toda aquela ordem de culto religioso e levar Suas ovelhas Consigo. Hebreus 13:13 nos diz que Sua atual posição no Cristianismo é “fora do arraial” do Judaísmo — para onde os crentes são também exortados a saírem. O Senhor mencionou que iria usar outros meios de tirar os Seus do curral do Judaísmo — Ele “tira para fora as suas ovelhas” (Jo 10:4). Isso mostra pressão; elas são empurradas para fora. O cego do capítulo anterior teve essa experiência. Ele foi “expulso” do curral; os líderes da nação “expulsaram-no” (Jo 9:34). De uma maneira ou de outra o Senhor estava trabalhando com Suas ovelhas e elas estavam sendo tiradas do curral do Judaísmo para as coisas melhores do Cristianismo.
Aqueles que escutaram esta alegoria não entenderam seu significado (Jo 10:6). A razão é que eles continuavam no curral judaico e existe certo torpor que é consequência de estar naquele sistema (Hb 5:11). Isso levou o Senhor a falar de uma segunda “porta”. Ele disse: “Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10:7). Ele era a porta de libertação pela qual uma pessoa era trazida para fora do curral do Judaísmo. Ao fazer tal declaração Ele dava a cada judeu crente a garantia de ser tirado do Judaísmo. Antes disso nenhum judeu tinha permissão para abandonar aquela religião ordenada por Deus, mas agora o próprio Deus, na Pessoa do Filho, estava abrindo a porta e garantindo que fossem libertos daquele sistema.
O Senhor falou então de uma terceira “porta”. Trata-se da porta de entrada na bênção e privilégio cristãos. A entrada a essas coisas também seria por meio dEle. Ele disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10:9). Estas bênçãos e privilégios característicos do Cristianismo são:
  •         A salvação da alma (Jo 10:9a).
  •         A liberdade para a adoração e o serviço — “entrará e sairá” (Jo 10:9b).
  •         O alimento espiritual na revelação cristã da verdade — “pastagens” (Jo 10:9c).
  •         O desfrutar de “vida... com abundância” — a vida eterna (Jo 10:10).
  •         A proteção e cuidado do Pastor (Jo 10:10-15).
  •         A união de judeus e gentios em “um rebanho” (Jo 10:16).
  •         A segurança eterna — “nunca hão de perecer” (Jo 10:28-29).

Versículos 10-15 — Uma vez libertadas dos limites do Judaísmo, as ovelhas ficariam sem a proteção do curral, mas isto não significa que Suas ovelhas ficariam sem proteção. O Senhor prometeu que Suas ovelhas, que Ele guiou para fora do curral, seriam cuidadas e protegidas. Como “Bom Pastor” Ele as colocaria sob o Seu divino cuidado. Seu amor e devoção pelo rebanho eram tais que Ele daria Sua vida pelas ovelhas. O Senhor então menciona os pastores mercenários e falsos profetas que atribulam o rebanho. Esses maus obreiros surgiriam no Cristianismo professo se alimentariam dos cristãos e iriam desviá-los. Um “mercenário” é um pastor relapso que irá abandonar o rebanho quando vier o perigo, e um “lobo” (Mt 7:15) é o que irá dividir e espalhar as ovelhas para atender seus interesses pessoais (At 20:29-30). Basta olharmos para a cristandade hoje para vermos isto acontecendo. Muitos líderes estão agindo como “mercenários” e transformando o culto a Deus em negócio (“mercadejando a palavra de Deus” 2 Co 1:17 — RAA). Existem também os “falsos doutores” com caráter de “lobos” (2 Pe 2:1). O Senhor não oculta o fato de que as Suas ovelhas seriam provadas por tais pessoas na esfera cristã, mas no verdadeiro Cristianismo, onde Cristo está no meio do Seu rebanho, Ele iria protegê-las de todos esses assaltos.
Versículo 16 — O Senhor possuía “outras ovelhas” que Ele iria reunir. Não há qualquer menção de que estas seriam tiradas para fora do curral, portanto isso indica que Ele estaria falando de crentes gentios. Estes, juntamente com Suas ovelhas tiradas do curral, formariam “um rebanho” de crentes judeus e gentios.
Portanto, as três portas nesta passagem indicam uma mudança dispensacional:
  •         A porta da profecia concernente ao Messias, por meio da qual Cristo entrou no curral judaico (Jo 10:2).
  •         A porta da libertação para fora do Judaísmo, através da qual Cristo levou os Seus para fora do curral (Jo 10:7).
  •         A porta de entrada nas bênçãos e privilégios do Cristianismo através da qual as ovelhas de Cristo podem viver e servir a Deus (Jo 10:9).




JOÃO 9

JOÃO 9

Este capítulo ilustra uma progressão de luz que ocorre em todo crente que vem das trevas relativas do Judaísmo para a superioridade da luz do Cristianismo. João registrou esta transição em sua epístola dizendo: “Vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina” (1 Jo 2:8).
O Senhor anunciou que Ele era “a Luz do mundo” (Jo 9:5), mas as trevas espirituais que prevaleciam sobre o povo eram tais que não podiam ver a Luz. A enfermidade do homem deste capítulo, o qual era “cego de nascença”, ilustra isto. O que o Senhor fez por ele mostra a obra de Deus nas almas que as capacita a enxergar a Cristo pelo que Ele é. Ao ver a Cristo como o Filho de Deus aquele homem já não necessitava do modo judaico de aproximar-se de Deus, e demonstrou isso adorando o Senhor fora do templo, isto é, fora do “arraial” (Jo 9:38; Hb 13:13).
Para que tudo isso ocorresse o Senhor cuspiu na terra e fez “barro”, o que significava a grande verdade de Sua encarnação (Jo 9:6). A saliva que saiu do próprio Senhor, que é Deus, e foi misturada com “o pó da terra”, que nos fala de humanidade (Gn 2:7; 3:19), aponta para o Filho de Deus tornando-se Homem. A aplicação da saliva nos olhos do cego nos fala do poder vivificador de Deus em conceder a vida por meio da qual é ativada a faculdade espiritual para se compreender as coisas divinas (Pv 20:16; At 26:18; Ef 4:17-18). O lavar no “tanque de Siloé (que significa o Enviado)” nos fala de um crente que chega ao entendimento de que o Senhor Jesus é o Enviado do Pai (Jo 9:7). Esta é uma revelação tipicamente cristã.

Após seus olhos terem sido abertos ocorreu no homem que havia nascido cego uma progressão de luz e entendimento — ele passou do mendigar (Jo 9:8) ao adorar (Jo 9:38). Sua experiência ilustra o processo pelo qual passam os fiéis do antigo sistema legalista ao chegarem ao conhecimento e à liberdade devida ao cristão. Inicialmente tudo o que ele sabia do Senhor era que Ele era “o homem chamado Jesus”, mas ele não sabia quem era aquele Homem ou de onde Ele tinha vindo (Jo 9:11). Depois, ao ser questionado, ele respondeu: “[Ele] é Profeta” (Jo 9:17). Em seguida o homem viu o Senhor como Alguém digno de ter “discípulos” (Jo 9:27-28) e mais tarde disse aos judeus que o Senhor Jesus era um Homem “de Deus” (Jo 9:33). Finalmente ele viu o Senhor como o “Filho de Deus”, o que ele realmente era (Jo 9:35-38). Assim vemos na experiência deste homem uma maravilhosa transição das trevas para a luz. Nesse processo o homem sofreu perseguição dos judeus. Isto demonstra que aqueles que caminham na luz da nova dispensação serão perseguidos pelos que andam de acordo com a ordem da velha dispensação (At 13:50; 14:19; 17:5; 1 Ts 2:14-16; Ap 3:9).



JOÃO 8

JOÃO 8

O tratamento que o Senhor dá à mulher flagrada em adultério ilustra outra característica do Cristianismo (Jo 8:2-11). Sob a Lei uma pessoa assim deveria morrer “sem misericórdia”, executada por apedrejamento (Hb 10:28), mas sob a nova dispensação do Cristianismo havia misericórdia demonstrada na forma de um “tempo” para arrependimento (Ap 2:21). Ao não condenar a mulher naquela ocasião o Senhor não estava indicando que Ele era indiferente ao seu pecado, mas que dava a ela a oportunidade de se arrepender e não pecar mais. Esta é uma característica da presente Dispensação da Graça de Deus. Agora Deus, em Sua misericórdia, é “longânimo” para com todos a fim de que “todos venham a arrepender-se” e sejam assim abençoados mediante a fé no Senhor Jesus Cristo (2 Pe 3:9; At 20:21).



JOÃO 7

JOÃO 7

A maior de todas as festas religiosas celebradas pelos judeus era a Festa dos Tabernáculos, uma festa que durava oito dias inteiros. Ela era verdadeiramente o ponto alto de todas as festas que a precediam no sétimo mês de seu calendário. O Senhor esperou até o “último dia, o grande dia da festa” — quando os judeus já haviam experimentado sua religião terrestre em sua totalidade — e então clamou: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba” (Jo 7:37). Ele sabia que eles não ficariam satisfeitos com a mera religião — mesmo que fosse uma religião que tivesse sido dada por Deus — se Ele fosse deixado fora dela. A religião sem Cristo é, no máximo, uma religião vazia e só deixa a alma vazia e sedenta.
O clamor do Senhor nessa ocasião indicava que Ele iria substituir as formas cerimoniais da religião judaica por um relacionamento com Sua própria Pessoa (Cl 2:17). Ele é suficiente para preencher e satisfazer o coração humano. Este fato indica que uma mudança dispensacional estava chegando. João acrescenta que isso ocorreria quando Cristo fosse glorificado e o Espírito Santo fosse dado (Jo 7:39). Estas duas grandes coisas caracterizam o Cristianismo:
  •         Um Homem na glória
  •         O Espírito Santo enviado a este mundo.


Estas são verdades cardeais que distinguem a nova ordem celestial na Dispensação do Mistério. Cristo glorificado nas alturas é o centro do novo programa de Deus; não se trata de Cristo na terra como Messias de Israel, como na antiga dispensação. Cristo seria o Foco do crente, e o Espírito Santo habitando nos crentes seria o poder pelo qual as novas alegrias do Cristianismo seriam possuídas e desfrutadas.



JOÃO 6

JOÃO 6

João registra um incidente ocorrido junto ao mar de “Tiberíades” (Jo 6:1, 23). Nos outros Evangelhos este mar é chamado “mar da Galileia” ou “lago de Genesaré”, mas quando os romanos invadiram a terra e a tomaram dos judeus mudaram os nomes de muitos lugares como sinal de sua posse e domínio. Ao chamar o mar de “Tiberíades” João reconhece que Deus havia permitido (ou até mesmo “enviado” — Mt 22:7) os romanos para atacarem e destruírem a cidade, o templo e o povo, colocando assim Israel de lado. Neste fato aparentemente insignificante temos outra indicação de que a antiga dispensação havia passado.

O assunto deste capítulo é o alimento e satisfação das almas famintas. Aqui vemos o comer da Páscoa (Jo 6:4), o comer dos cinco pães e dois peixes (Jo 6:5-14), o comer do Maná (Jo 6:22-50, e o comer da carne e o beber do sangue de Cristo, o Filho do Homem (Jo 6:51-58)). O primeiro caso é uma figura que foi cumprida com a morte de Cristo (1 Co 5:7). O segundo é uma figura de uma das muitas bênçãos que o Senhor iria conceder ao mundo no dia milenial — ou seja, abolir a fome (Sl 132:15; 146:7 etc.). O terceiro (Maná) é um tipo que se cumpriu na vinda do Senhor do céu como o “Pão vivo” (Jo 6:51). Em todas estas coisas vemos Cristo como o cumprimento das figuras e profecias do Antigo Testamento. Isto nos ensina que quando a velha dispensação terminasse e tivesse início a nova dispensação, as Escrituras do Antigo Testamento não seriam esquecidas; elas são a Palavra de Deus e assim devem ser consideradas. Aprendemos também da maneira como o Espírito de Deus aplica as Escrituras do Antigo Testamento, ao fazer referência a elas no Novo Testamento, mostrando que devem ser entendidas por seu ensino de tipos e princípios morais (Rm 15:4; 1 C 10:11).


JOÃO 5

JOÃO 5

A bênção na nova dispensação não seria sobre o princípio das obras para merecer o favor de Deus (como era sob a Lei), mas sobre o princípio da graça e do favor imerecido (Rm 4:4-5). Isto é ilustrado na diferença entre a maneira como a bênção estava disponível aos que estavam à beira do tanque de “Betesda” e o modo como a bênção chegou até o “enfermo” incapaz, que foi curado pelo Senhor.
A cena à beira do tanque é uma figura do sistema legalista da antiga dispensação (Jo 5:1-4). O tanque tinha “cinco alpendres” que são uma figura dos cinco livros de Moisés. Em tempos determinados um anjo descia e agitava a água, e o primeiro que atravessasse os cinco pórticos e descesse ao tanque recebia a bênção. A bênção estava ali, porém condicionada a algo que precisava ser feito para obtê-la. Isso ilustra o sistema baseado em obras da Lei, que dizia “faze isso, e viverás” (Lc 10:28). Uma pessoa naquele sistema legal precisava guardar cerca de 613 exigências dos cinco livros de Moisés e, se conseguisse, receberia a bênção.
Em contraste a isso, com a vinda do Filho de Deus (Seu primeiro advento) as bênçãos gratuitas ficariam disponíveis a todos os que cressem, sem exigências legalistas (Rm 4:4-5; 11:6; Ef 2:9; Tt 3:5). Isto é ilustrado no homem impotente sendo abençoado sem ter de vencer os cinco degraus e entrar no tanque (Jo 5:5-16). Durante muitos e longos anos aquele homem lutou para conseguir receber a bênção do tanque, e não foi capaz. Mas com a vinda do Filho de Deus ele não precisou fazer coisa alguma! Isto aponta para o fato de que na nova dispensação seria colocado um fim à guarda da Lei. “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10:4).

É significativo que este milagre tenha acontecido no dia de sábado, o que os Fariseus consideravam uma violação daquele dia. Ele sugere que a graça não pode ficar presa ao sistema legal e que o sábado já não mais seria observado na Dispensação da Graça. Cristo “até do sábado é Senhor” (Mt 12:8) e, portanto, maior que o sábado. Ele tinha poder para trabalhar em prol da bênção do homem tanto naquele dia quanto em qualquer outro.



JOÃO 4

JOÃO 4

O Senhor ensinou a mulher à beira do poço três coisas bastante significativas que iriam assinalar a mudança da velha ordem de adoração da antiga dispensação para a nova ordem de adoração no Cristianismo. Isso viria como consequência de os crentes terem a “água viva” do Espírito de Deus habitando neles (a “fonte”) como o poder para a nova adoração (Jo 4:10, 14). A água que sai da fonte tem energia em si mesma e é uma figura do poder do Espírito no crente.
Primeiro, haveria um novo lugar de adoração que não seria nem “neste monte” (Gerizim), nem em “Jerusalém”. Esses eram lugares na terra, mas as passagens em Hebreus 8:1-2; 9:11, 23-24 e 10:19-22 indicam que o novo lugar de adoração no Cristianismo é no santuário celestial na própria presença de Deus. Portanto o centro de adoração do Judaísmo, um centro geográfico terrestre, deixaria de existir.
Em segundo lugar, havia uma nova revelação em conexão com a Pessoa a ser adorada. No Judaísmo Deus era conhecido como Jeová e Deus Todo-Poderoso, sendo adorado como tal, mas agora no Cristianismo Ele seria adorado como “o Pai” de nosso Senhor Jesus Cristo. Este é um relacionamento muito mais íntimo com Deus.
Em terceiro lugar, haveria um novo caráter de adoração. A adoração no Judaísmo era essencialmente terrena e auxiliada por instrumentos musicais físicos, além de ser efetuada por meio de um sistema de rituais e cerimônias. Mas a nova ordem de adoração no Cristianismo seria algo puramente espiritual. Os crentes no Senhor Jesus Cristo iriam adorar o Pai em “espírito” (espiritualmente — Jo 6:63) e em conformidade com a nova revelação da “verdade” que acompanharia a nova dispensação. No Cristianismo oferecemos “sacrifícios espirituais” auxiliados pela presença do Espírito Santo que em nós habita (1 Pe 2:5; Fp 3:3), em contraste com as “várias abluções e justificações da carne” da ordem judaica (Hb 9:10). Isto é feito na própria presença de Deus (Hb 10:19) e trata-se de uma bênção que Israel não teve. Considerando que os cristãos devem adorar “em espírito e em verdade”, podemos permanecer sentados em silêncio enquanto de nossas almas e espíritos sai um genuíno louvor a Deus Pai através do Espírito Santo. Esta é a verdadeira adoração celestial.
A adoração judaica da antiga dispensação apela para os sentidos humanos, pois ela é um meio terreno e sensual de se aproximar de Deus. Tal adoração é estimulada pelos sentidos, como vemos nos exemplos a seguir:
  • Visão — a grandiosidade do Templo (1 Rs 10:4-5; Mc 13:1; Lc 21:5).
  • Olfato — a queima de incenso que produzia uma atmosfera envolvente (Êx 30:24-38).
  • Paladar — os sacrifícios que eram comidos (Dt 14:26).
  • Audição — a bela música produzida pela orquestra e com a participação do coral (1 Cr 25:1, 3, 6-7).
  • Tato — a participação das oferendas de maneira física, com danças e o levantar das mãos (2 Sm 6:13-14; 1 Rs 8:22).


É significativo que não encontramos em lugar algum do livro de Atos ou das epístolas evidências de que os cristãos adorassem o Senhor usando rituais ou instrumentos musicais. Nas Escrituras os únicos dois instrumentos que vemos os cristãos usando na adoração são os seus “corações” (Cl 3:16; Ef 5:19) e seus “lábios” (Hb 13:15).



JOÃO 3

JOÃO 3

Nos versículos 9-10 o Espírito de Deus apresenta o assunto da “vida eterna” como sendo a porção daqueles que viriam a receber o Senhor na nova dispensação. Isto é algo que vai além do “nascer de novo” que os israelitas crentes já possuíam e que Nicodemos deveria conhecer por intermédio do profeta Ezequiel. Em essência, ambas as coisas têm a ver com a posse de vida divina, mas, como já foi observado, ter vida eterna é possuir esta vida em uma comunhão consciente com o Pai e o Filho (Jo 17:3). A posse disso exigia que o Filho viesse revelar o Pai (Jo 1:18; 14:9), que a redenção fosse consumada (Jo 3:14-16) e que o Espírito Santo (a “fonte”) viesse habitar no crente (Jo 4:14).

Estas coisas não eram conhecidas e nem possuídas pelos da antiga dispensação. Portanto, os santos do Antigo Testamento não poderiam ter possuído vida eterna. Eles eram nascidos de novo e por esta razão possuíam vida divina, e agora estariam a salvo com Cristo no céu. Os cristãos são igualmente nascidos de novo, pois é este o meio pelo qual entram no reino de Deus (Jo 3:5), mas possuem algo mais — eles têm aquela vida eterna em um relacionamento consciente com o Pai e o Filho. Esta é a chamada vida eterna. Trata-se de uma bênção celestial e elemento distinto que identifica a nova dispensação. Ao introduzir a vida eterna o Senhor estava demonstrando que as “coisas terrestres” dariam lugar às coisas “celestiais” (Jo 3:12).


JOÃO 2

JOÃO 2

O milagre da transformação da água em vinho, que ocorreu no casamento em Caná da Galileia, ilustra outra característica da nova dispensação. O “vinho” nas Escrituras costuma representar alegria (Jz 9:13; Sl 104:15). O problema na festa era que o vinho havia acabado. Isto nos fala da antiga ordem de coisas — Israel — que fracassou nas mãos dos homens. Quando o vinho velho acabou o Senhor introduziu o vinho novo, que era melhor. Isto indica que as alegrias espirituais que viriam na nova dispensação seriam superiores àquelas que podiam ser experimentadas na antiga dispensação.

Nos versículos 13-17 o Senhor expulsou do templo os obreiros corruptos. Aquilo era uma ação simbólica indicando que Deus estava prestes a colocar um fim na ordem corrupta do culto judaico. O Senhor falou então de Sua ressurreição (Jo 2:18-22). Ainda que eles “destruíssem” o Seu corpo por meio da morte, Ele ressuscitaria o “templo do Seu corpo” em “três dias” (Jo 2:19, 21). Portanto a nova ordem que estava para ser introduzida seria fundamentada na ressurreição de Cristo.



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